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Pelo olhar de Juliana Capelo
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Pelo olhar de Juliana Capelo

Buscando inspiração nas flores, na arte oriental e em tantas outras referências, a cearense é referência no universo da cenografia e decoração. Conheça seus passos!
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Juliana Capelo busca nas flores e na arte oriental suas principais inspirações  (Foto: Tatiana Fortes/O POVO)
Foto: Tatiana Fortes/O POVO Juliana Capelo busca nas flores e na arte oriental suas principais inspirações

Foi com poesia que Juliana Capelo recebeu Pause para um bate-papo leve e inspirador. Na Escola de Ikebana (anexa à Igreja Mesiânica), em meio às flores em tons de roxo, a cenógrafa leu os seguintes versos: "Fazendo das flores, dos pássaros, do vento e da lua meus amigos, desejo viver alegremente, mesmo neste mundo cheio de sofrimentos". As palavras do fundador da Igreja Messiânica Mundial, Mokiti Okada, traduz muito sobre o que inspira a cearense na carreira e na vida.

Juliana é envolvida pela arte oriental como um todo. No seu trabalho diário como cenógrafa e decoradora de eventos, ela afirma beber de várias fontes para suas criações, a começar pela arte barroca, arquitetura árabe, desenhos celtas e outras referências. Para ela, a principal missão é que todo cenário tenha, acima de tudo, identidade. "Costumo dizer que a principal fonte de tendências para uma criação é a identidade da pessoa que vai ser prestigiada ali. É somente depois de entender a personalidade que conseguimos construir algo em cima
disso", pontua.

Quando perguntada sobre suas principais fontes de inspiração, ela não titubeia ao responder: "eu vejo arte em tudo. Uma viagem ao Cariri é tão inspiradora quanto para Las Vegas, depende da forma como olhamos". E, apesar do pensamento eclético e aberto a novas experiências, ela não recua a falar sobre uma das suas principais paixões, tanto no trabalho, quanto na vida: as flores.

O caminhar florido de Juliana começou ainda na infância, em torno dos 10 anos, quando ela ganhou um livro da avó sobre ikebana sanguetsu - uma arte floral. Curiosa, começou a estudar sobre o tema e fazer disso uma conexão diária. Foi morar no Rio de Janeiro para buscar especialização na área e, ao voltar para Fortaleza, fazia arranjo de flores casualmente para amigas. Foi a partir disso que Juliana decidiu encarar o hobbie como negócio. "Aconteceu de forma muito natural. Simplesmente aconteceu", afirma. De lá para cá, viagens para estudar sobre o assunto foram essenciais. No passaporte, vários países e destinos estão carimbados, como imersão
pela Ásia.

Sua ligação com a ikebana sanguetsu proporciona muito mais do que belas inspirações para suas produções em cenários e decoração. A conexão é diária: em casa, na rua, no trabalho. As flores são o respirar puro que há na rotina de Juliana. "Quando fazemos um arranjo, por exemplo, pensamos na pessoa que estamos fazendo, na situação, então vamos escolher uma cor que combine com aquela personalidade, uma flor ideal. E assim vamos colocando nossos sentimentos, energias naquele ato. Por isso que as flores iluminam", explica.

No livro Book Festa Norte e Nordeste, ela guarda com carinho e mostra para Pause um dos seus trabalhos marcantes. Um cenário leve, florido, amplo, à beira da Lagoa do Uruaú, no Ceará. Ali, logo percebemos que tem muito de Juliana. Ela explica que, nos seus projetos, prioriza espaços abertos em que o ambiente possa respirar. "Quando eu não trabalho dessa maneira, onde exista fluxo, eu tento incluir uma única peça, o que já segue mais o estilo de instalação. Uma peça grande, que tenha destaque. Uma vez, por exemplo, fiz uma grande onda de flores em torno da mesa principal, o que foi o suficiente para decorar o lugar", pontua.

Na lista de tendências para este ano, ela destaca locações onde exista um ambiente que traduza toda a mensagem do evento. "São aqueles lugares preferidos para fotos", explica. Plantas naturais na decoração também estão em alta. Para os mais ousados, esculturas maiores como ponto principal na décor pode ser uma opção. Anotado?

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