Pause escutou os protagonistas do tema: pais que têm como missão diária estar presentes e buscam construir uma relação sólida e transparente.

 

EM CASA OU NA FESTA

Ingryd Brilhante, 24, é a primeira filha de Marcus Albuquerque, 41. Os outros dois são homens, o João Victor e o Marcus André. Eles quebram o tabu da afinidade entre sexos iguais e mostram que filhas mulheres têm, sim, vínculos tão intensos tanto quanto filhos homens com o pai. "Nossa proximidade é tanta que curtimos as mesmas coisas, músicas, barzinhos e shows, por exemplo. Sempre respeitando o espaço do outro e isso nos aproxima cada vez mais", explica Marcus.

Ele também enfatiza que, para ser pai ativo é preciso, antes de tudo, maturidade. A dica é participar da vida dos filhos através do diálogo. "Fui pai aos 21 anos de idade e sempre me dediquei muito. Viramos amigos, confidentes e amigos dos amigos", explica. E Ingryd concorda: "Meu pai é muito presente em tudo, ele é muito parceiro. Acredita em mim e sempre foi muito de conversar", pontua a advogada.

DE PRIMEIRA VIAGEM

Danúsio Sartori, 31, conta, sem titubear, que Julia Sartori, 3, mudou a vida dele, a forma como vê os demais e, principalmente, o cuidado consigo mesmo. A sua primeira experiência como pai veio certamente para desafiar. A relação é de troca até mesmo nos dias em que precisa ficar ausente para viajar a trabalho, por exemplo, com o auxílio de celulares e outros meios. Para ele, quem quer dá um jeito.

"Eu brinco de cabeleireiro e aprendi a fazer penteados no seu cabelo. Ser presente não é só dar presente. O mais importante é o seu tempo, seu carinho e sua dedicação. Busco participar de todos os momentos e atividades diárias, mesmo quando ausente fisicamente. E, quando estamos juntos, rimos à toa, assistimos filmes, comemos pipoca, brincamos de pular, conto sua história através de fotos e vídeos", explica Danúsio.

TAL PAI, TAL FILHO

Há dois anos e cinco meses, o Artur soma na vida do Igor Matoso, 31. O empresário repagina a rotina para participar dos momentos importantes. Muda os horários dos afazeres de trabalho para estar na festinha da escola e incluiu novos programas nas agendas do finais de semana.

"Não é fácil ser presente porque a gente precisa se dedicar ao trabalho e a outras coisas que construímos antes dele nascer. Mas, depois dele, parece que nada mais tem a mesma importância. Sempre dá para organizar a vida e se fazer presente nos momentos especiais", conta. Igor também pontua sobre os prejuízos relacionados ao tempo de licença após o nascimento do filho. "Minha esposa, a Hanna, escolheu a cesariana, então precisou de muito suporte para ela e o Artur, principalmente após o parto. A licença para o homem é muito curta. Fico imaginando as famílias que não têm com quem contar, como cuidam da mãe e do bebê? É algo que precisa ser discutido", defende.