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Nova etiqueta: biossegurança e bom senso
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Nova etiqueta: biossegurança e bom senso

Estamos numa transição, aos poucos a vida ensaia um retorno ao normal. Essa "reinserção" em ambientes coletivos pede atenção às novas regras de convivência
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Especialista em cerimonial público, Claudia Matarazzo lançou guia de etiqueta com foco na covid-19  (Foto: Santos Sheraton/Divulgação)
Foto: Santos Sheraton/Divulgação Especialista em cerimonial público, Claudia Matarazzo lançou guia de etiqueta com foco na covid-19

O mundo vive uma nova fase onde a possibilidade do contato fora do ambiente virtual ganha cada vez mais espaço. A pandemia, porém, não acabou, redobrando os cuidados. Atenta à eles e aos modos, por completo, influenciados por este novo cenário, a jornalista autora de livros Claudia Matarazzo, uma das principais referências em etiqueta e comportamento do Brasil, mostra-se à postos, sensível ao momento, ainda, segundo ela, de - delicada - transição. "É importante identificar que as pessoas têm sensações diferentes quanto ao que as incomoda ou não em relação à esse contágio", resolveu elaborar uma etiqueta preventiva, a fim de servir de auxílio.

No conteúdo, disponibilizado ao V&A, Claudia atualiza o bom senso e afetividade aos novos tempos. Ela realinha alguns pontos da etiqueta tradicional ao que é mais urgente ultimamente, com a retomada das atividades presenciais: a bia segurança, não esquecendo, no entanto, de mesclar - ao "bem receber" -conforto físico e emocional. "(O que ele traz é) que a gente realmente se atenha aos protocolos internacionais, e que são universais, e, com o maior rigor possível, porque, assim, se a pessoa não se incomoda ela está tranquila e se a pessoa se incomoda ela fica igualmente tranquila, porque ela percebe que você está fazendo o máximo possível, mantendo a distância, usando máscara, não tocando muito...", motivação nem sempre a mesma a todas. "'Eu posso não ligar', mas 'eu posso estar transmitindo esse vírus' e aí eu transmito para muita gente, então isso é uma questão não só de segurança, mas de respeito comunitário, mais até do que etiqueta, vai muito além da etiqueta", reflete senhora Matarazzo, alertando ao esforço.

A responsabilidade, por exemplo, pode ter início ao saudarmos uns aos outros. Quem, ao encontrar com pessoas, não soube o que fazer com as mãos? Para a especialista, simples de se resolver. Namastê indiano. Além deste, você pode abanar as mãos. Sim. "Dar um tchauzinho na frente da pessoa, com as duas mãos, no sentido de que você está é uma coisa festiva, mas que você não vai estender o braço e dar a mão, você está mantendo a distância (1,5 m, no mínimo) e falar mesmo: 'não dá para a gente se abraçar, mas sinta-se abraçado, sinta-se beijado, muitos beijos...', e, pronto". Confira mais dicas!

Autora de dois best sellers, Myka Meier mostra, com bom humor, em seu perfil, no Instagram, as últimas atualizações de etiqueta
Autora de dois best sellers, Myka Meier mostra, com bom humor, em seu perfil, no Instagram, as últimas atualizações de etiqueta

Com bom humor

Treinadora de etiqueta oficial do The Plaza Hotel (NY) e fundadora de uma escola própria, a Beaumont Etiquette, Myka Meier faz parecer tudo fácil. A empresária, nascida nos Estados Unidos, acumula grandes referências na área, que ela compartilha, sempre lúdica, em vários vídeos postados no Instagram, onde mostra, a quase 80 mil fãs, como pequenas atitudes podem contribuir para um dia mais leve e seguro; atualizando muito do que conta em dois livros publicados, ao contexto de combate e prevenção à Covid-19. Vale seguir!

Alguns exemplos do "Novo Receber Bem"

Seja em casa e na empresa: será preciso levar em conta a informação ao cliente ou convidado quando:

Área de estacionamento - tem vaga? Ele terá que entregar o carro ao manobrista? Se sim o manobrista tem que estar treinado para demonstrar que cuidados...

Convite - no caso de eventos sociais - interessante retomar o convite por voz; ao vivo um telefonema ou em áudio. Assim é possível explicar quantas pessoas serão, que cuidados se está tomando e até mesmo sugerir que a pessoa traga um calçado extra, ou a sua "pantufinha de festa" uma vez que é aconselhável no caso de mais pessoas deixar os calçados a porta...

A chegada - logo na entrada, ideal ter uma sapateira ou local para que o convidado deixe seus sapatos.

Proteção - aos desavisados - ou os que não querem tirar os sapatos ofereça um Pró Pé - pode até ser em uma bandejinha, e se quiser fazer charme, personalizar... 

Convidado x Anfitrião - na Etiqueta Preventiva a regra de agradar sempre ao convidado se flexibiliza em favor do anfitrião: é ele quem está abrindo sua casa - portanto, mais que nunca as regras da casa têm de ser seguidas...

Máscaras - quando tirar? Tanto em ambientes sociais quanto empresariais é importante um sinal de quem está recebendo no sentido de perguntar se a pessoa quer continuar com a máscara - deixando claro que ele não se incomoda (ou se incomoda e prefere que continue)...

Máscaras descartáveis - será muito importante e de bom tom ter sempre à mão um estoque de máscaras descartáveis para oferecer a quem precise. Deixe-as a vista em um recipiente charmoso.

(Claudia Matarazzo)

Detalhes durante

A hora da refeição pede atenção à parte. Afinal, em jantares ou almoços sociais ou de negócios é preciso tirar a máscara, e é por isso que Claudia Matarazzo já oferece a dica. "No caso de eventos sociais esse momento seria na hora do 'aperitivo'", sugere. Sobre o serviço preferível, não tem dúvida: "É muito mais indicado o serviço 'à inglesa indireta' que é aquele em que um só profissional serve os pratos a cada convidado com o apoio de um carrinho com as travessas". E se ainda não ficou claro, distância correta: "não tem jeito 1,5m é o mínimo sem máscara. Mantenha o espaço pronto para mesas maiores ou duas mesas com mais espaço entre as pessoas", indica.

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Reinventar

Em tempos de cuidados redobrados, orientações nunca são demais. Fundadora da Maison Macêdo, (@maisonmacedo), Raquel Macêdo, lista a seguir seus conselhos e dicas para receber em casa com segurança:

Na entrada da sua casa, o ideal é ter um pequeno espaço com álcool gel, seja em um aparador, seja em uma mini mesa. Para que assim, seu convidado higienize as mãos, antes de entrar em seu ambiente.

Você pode colocar o álcool em um recipiente de vidro decorado sobreposto em uma pequena bandeja, e acompanhado desta, uma vela aromatizada ou um arranjo de flores para que fique elegante e convidativo.

O mesmo pode ser feito dentro de casa, para que o convidado higienize as mãos sempre que necessário.

Ao receber convidados em um jantar, por exemplo, os mesmos irão retirar suas máscaras para a refeição. Então, uma dica delicada, seria distribuir para cada convidado uma sacolinha com suas iniciais para que sua máscara seja guardada.

Outra dica ao servir para mais de um convidado, seria oferecer marcadores de taças para evitar que as mesmas se misturem.

Após pandemia, algo que mudou nossos costumes, são os apertos de mão e cumprimentos com beijinhos, o ideal seria evitá-los.

Lavar sempre as mãos e retirar os sapatos antes de entrar em casa, também virou rotina em nosso dia a dia. E o principal conselho é: segurança em primeiro lugar.

Alódia Guimarães com a filha Samyra, também cerimonialista
Alódia Guimarães com a filha Samyra, também cerimonialista

Cerimonial

O que fazer com tanta saudade e vontade de demonstrar carinho, ao receber? Povo de uma cidade festeira, os fortalezenses retomam os encontram como podem. Mas tudo ao seu tempo. A recomendação é de Alódia Guimarães, uma das profissionais de maior conhecimento na área de eventos, atuando ao lado filha, Samyra Guimarães. O que vale agora, na opinião da especialista, são as medidas em nome da saúde. "Gostamos de festa, de nos relacionarmos com afeto... Aperto de mão, beijos e abraços! Lamentavelmente nesse momento de pandemia tudo isso nos foi proibido e tivemos que nos reeducar para este novo protocolo", diz.

"Número de convidados reduzido, distanciamento entre as pessoas, uso de máscara, luvas, álcool em gel, uso de tapetes sanitizantes e termômetro, não podemos vacilar...", menciona Alódia, sobre o que já nem é mais novidade, porém não custa relembrar. Sobre os cumprimentos: "Fica mais delicado e elegante fazermos uma vênia, o cumprimento dos orientais... Melhor que cotoveladas ou mão fechada... Murro? Jamais", brinca.

"Tapete da entrada, enluvado, termômetro, álcool em gel sendo oferecido constantemente e sempre orientando os demais procedimentos necessários", apresenta outras recomendações. "Os doces são criteriosamente dispostos com a precaução exigida", assim como a exposição dos alimentos e a manipulação dos mesmos.

"Nossos clientes devem compreender as exigências e colaborar com o cerimonial na execução das normas estabelecidas em cada Estado. Assim teremos a certeza de uma festa sem consequências indesejadas", observa Alódia.

 

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