Um dia após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) retornar de Santiago, o presidente chileno Sebastián Piñera afirmou que discorda de frases do brasileiro a respeito de ditaduras latino-americanas. "São tremendamente infelizes. Não compartilho muito do que Bolsonaro diz sobre o tema", afirmou Piñera.
Como exemplo, o chileno citou "Quem procura osso é cachorro", frase que ilustra cartaz afixado em 2005 na porta do gabinete de Bolsonaro, quando era deputado federal. O cartaz fazia referência à busca de desaparecidos na guerrilha do Araguaia, nos anos 1970.
Militantes de direitos humanos no Chile mencionaram a frase do cartaz em protestos na semana passada, que pediam que Bolsonaro deixasse o país. Estudantes e grupos feministas também criticaram a presença do chefe do Executivo brasileiro.
Mesmo tentando se distanciar do posicionamento de Bolsonaro sobre ditadura, Sebastián Piñera reforçou elogios à visita do brasileiro. Na última sexta-feira, 22, Bolsonaro foi um dos oito chefes de estado que assinaram acordo para criação do Fórum para o Progresso da América do Sul (Prosul).