Parlamentares nordestinos estiveram com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), para apresentar "a nossa preocupação em relação aos patrimônios do Nordeste", explica o deputado estadual Danniel Oliveira (MDB). Contudo, enquanto Alcolumbre se mostrou receptivo às pautas apresentadas, alguns deputados saíram preocupados da reunião com Maia.
As duas reuniões foram uma iniciativa da frente nordestina que reúne parlamentares na defesa da manutenção do Banco do Nordeste (BNB), do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), entre outros órgãos da região.
"O presidente do Senado se colocou totalmente a favor da nossa frente e colocou-se à disposição para enfrentar junto. O Maia ficou muito quieto. Aquilo que nós viemos buscar, o apoio para a defesa da nossa questão, principalmente do Banco do Nordeste, nós não recebemos", informa Oliveira, que se diz preocupado.
O deputado estadual Acrísio Sena (PT) concorda com a falta de receptividade de Maia com a defesa do Banco do Nordeste, que Maia pareceu "achar que seria absolutamente tranquilo e normal a fusão com o BNDES". Ele criticou ainda que Maia queira dividir com as Assembleias Legislativas a responsabilidade pela Reforma da Previdência. "Não é matéria nossa", ressaltou.
Para o deputado federal Roberto Pessoa (PSDB), essa afirmativa de Maia sobre dividir responsabilidades com deputados estaduais sobre a proposta da Previdência pode ter sido o que causou desconforto em alguns parlamentares nordestinos. "O Rodrigo Maia estava com a cara amarrada, é o jeito dele mesmo", explicou.
O deputado federal Moses Rodrigues (MDB) também discordou da falta de receptividade de Maia e afirmou que as duas reuniões foram produtivas. "Tanto o Alcolumbre como o Maia se sensibilizaram e sabem da importância do BNB para o Nordeste. Todos dois concordaram em apoiar a iniciativa", destacou.
Durante a passagem da comitiva por Brasília dos parlamentares nordestinos, que contava com a participação de representantes de todos as Assembleias Legislativas, incluindo seis presidentes, também era aguardada uma reunião com o ministro Ônix Lorenzoni.
Contudo, por problemas de agenda, o ministro da Casa Civil não pode comparecer e pediu ao secretário-executivo do ministério, José Vicente Santini, que participasse da reunião no Senado. Para Rodrigues, não há motivo de preocupação. "Conversei com ele por duas vezes e o ministro sabe da importância do BNB para o Nordeste. Eu tenho plena convicção de que isso nem será pautado na agenda do governo federal", finaliza Rodrigues.