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Filiação de Larissa Gaspar ao PT gera resistência interna na sigla
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Filiação de Larissa Gaspar ao PT gera resistência interna na sigla

| Mudança | Disputa por votos dentro da sigla em 2020 não interessa a vereadores em razão do fim das coligações em chapa proporcional
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LARISSA já foi filiada ao PT e tenta retornar após fusão do PPL com o PCdoB (Foto: Mauri Melo)
Foto: Mauri Melo LARISSA já foi filiada ao PT e tenta retornar após fusão do PPL com o PCdoB

O pedido da vereadora Larissa Gaspar de filiação ao PT — sua antiga legenda — tem gerado repercussão interna desde a última quarta-feira, 10, quando o anúncio ocorreu pelas redes sociais da parlamentar. Presidente da sigla em Fortaleza, Deodato Ramalho diz que "independente da possível impugnação" (prevista no trâmite do processo), cabe à executiva a aprovação ou não do pedido".

Os líderes do PT se reuniram nessa semana e debateram a situação. Segundo Ramalho, para algumas militâncias, a filiação tem caráter oportunista e há resistências "informais" em razão da saída de Larissa do PT quando Elmano de Freitas perdeu a eleição para prefeito pelo mesmo partido em 2012.

A vereadora apresenta outra versão. "Ele (Deodato) está enganado. Eu saí do PT entre 2005 e 2006, para construir o Psol. Não abandonei o partido de forma alguma. Na derrota do Elmano, fazia bastante tempo que tinha saído", retruca.

Larissa — eleita vereadora em 2016 pelo PPL, partido que se fundiu ao PCdoB — considera o embate "desnecessário" e que a discussão não passa de "falsas polêmicas de pessoas que querem ter espaço".

Para o deputado estadual petista Acrísio Sena, a impugnação do pedido de Larissa só ocorre quando as diretrizes, o regimento e o estatuto são desrespeitados. Ele afirma que, por não ser o caso, a parlamentar "agrega valor político" e a maior vitória é do partido.

Deodato, que assegurou não ser candidato a vereador em 2020, pondera que só irá posicionar-se como presidente depois de decorrido o prazo de eventual impugnação (sete dias).

Em nota, o vereador Guilherme Sampaio diz que, como dirigente do partido, pensa que são bem-vindos a colaborar todos que exerçam "oposição firme e qualificada à administração do prefeito Roberto Cláudio, com fortalecimento, construção e preparação de uma candidatura própria à Prefeitura em 2020".

O assunto, porém, foi discutido por Ramalho mediante nota divulgada em maio. À época, segundo ele, a pretendida filiação de Larissa seria dificultada por ela ser da "base de Roberto Cláudio, cuja gestão somos oposição".

Para a vereadora, a pouco mais de um ano da eleição, o contexto político é diferente. De acordo com ela, no período em que apoiou a eleição de RC, ela não era filiada ao PT. "Hoje, vamos sonhar com candidatura própria do PT. Tenho vários posicionamentos contra o prefeito. Não é porque eu o apoiei na eleição passada que irão me impor tudo", explica Larissa Gaspar.

Segundo Acrísio, que articulou a ida da vereadora à sigla, o PT ganha com a produção e os vínculos dela com os movimentos sociais. Ele ressalta que Larissa é uma vereadora de muita luta e a primeira, desde Luizianne Lins, que se filiará ao partido. Sena pontua que a parlamentar tem perfil parecido com o da ex-prefeita.

Sobre os cálculos antecipados dos petistas para eleição — fator de disputa interna no partido, inclusive com a filiação de Larissa, Deodato Ramalho os considerou "legítimos" e justificou que é característico em "partidos com candidatos de expressão pública". De acordo com ele, o fim da coligação na chapa proporcional — responsável por eleger os mais votados dentro dos partidos na medida em que a sigla atinja o quociente eleitoral — antecipa os cálculos para a eleição.

Em contrapartida, Acrísio avalia que, "para além da matemática, Larissa tem muito a contribuir com as lutas de Fortaleza". Mesmo diante do imbróglio político e matemático, a vereadora confirma que recebeu apoio de parlamentares do partido.

 

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