Cientista político e pesquisador da Universidade Federal do Ceará (UFC), Cleyton Monte avalia que, apesar da rejeição de fatias do eleitorado no Nordeste, Jair Bolsonaro (PSL) deve manter uma retórica de beligerância na Região.
"É como se o Bolsonaro estivesse falando para o seu grupo, o terço que apoia o presidente", avalia. "Bolsonaro é um líder que aposta na mobilização pelo confronto."
Segundo o pesquisador, uma parte dos governadores nordestinos até tentou se aproximar do Governo Federal com pautas específicas, como a reforma da Previdência, apoiada por alguns chefes de Executivo.
Para ele, porém, Bolsonaro desperdiça oportunidade de estabelecer uma relação menos conflagrada com os gestores. "O Governo não esboça nenhum tipo de ação para prestigiar o Nordeste em termos de planejamento estratégico", analisa.
"Não lembro de um presidente ter falado publicamente que um governador não merecesse nada", acrescenta Monte, referindo-se à declaração crítica de Bolsonaro em relação a Flávio Dino (PCdoB), chefe do Executivo do Maranhão. "Tem uma quebra muito grande da institucionalidade aí", finaliza.