Em visita à região amazônica, o presidente Jair Bolsonaro prometeu asfaltar a BR-319, rodovia que liga Manaus, no Amazonas a Porto Velho, em Rondônia. Essa é uma demanda dos políticos e empresários da região, para interligar o Norte do Brasil.
O presidente aproveitou para alfinetar adversários políticos. "É questão ambiental. Imagina se eu tivesse comigo aceitando indicação política de Zequinha Sarney e Marina (Silva), ela nunca seria asfaltada", disse, referindo-se a dois ex-ministros de Meio Ambiente de gestões anteriores.
Bolsonaro elogiou o presidente Ernesto Geisel, que inaugurou a BR-319, e prometeu obras na região, mesmo depois de ter recebido um "orçamento destruído". Ele ainda disse que a Petrobras foi assaltada do direito de explorar potássio na região e que isso está em documentos secretos.
O presidente defendeu em reunião na Zona Franca de Manaus o desenvolvimento da biodiversidade da região com parcerias e maior valor agregado dos produtos. "Eu estarei vivo. A região será um grande sucesso econômico", previu.
Em vários momentos da visita, o presidente reforçou o discurso contrário às organizações não-governamentais (ONGs) de meio ambiente e ao que chamou de "indústria" da demarcação de terras indígenas. "Muita coisa tem que ser desfeita no Brasil. O aparelhamento do Estado, a indústria da demarcação indígena", disse em entrevista após a reunião do Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca (Suframa). "Queremos o casamento do meio ambiente com o desenvolvimento, com o progresso", afirmou em outro momento.
A visita de Bolsonaro a Manaus rendeu ainda novas críticas aos dados de desmatamento fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que mostram o aumento do desmatamento da Amazônia.
O presidente disse que, para ele, as informações do órgão não correspondem à realidade e que o Governo "não pode ter órgãos aparelhados com pessoas que têm fidelidade às ONGs internacionais".
"Então, esses dados servem para quê? Para alguém lá na ponta da linha ficar feliz e nos prejudicar nas relações que temos com o mundo. Estamos avançando no Mercosul, com os Estados Unidos, com o Japão, com a Coreia do Sul", afirmou Bolsonaro. "Isso nos atrapalha."
Bolsonaro disse que cabe aos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, decidir se vão checar os dados do Inpe. "Estão na mão do Ricardo Salles e do astronauta Marcos Pontes. Não temos medo da verdade", disse durante solenidade em uma escola da Polícia Militar. "Agora, dados jogados para cima, para fazer onda, fazer 'oba-oba', aí não procede. Não podemos transmitir isso." (Agência Estado)