Após a sucessão de declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) repercutirem de maneira negativa, auxiliares mais próximos iniciaram a elaboração de estratégias para tentar conter a recepção desfavorável ao governo que as opiniões do capitão reformado têm tido em diferentes setores.
Contudo, o grupo deve encontrar resistência por parte do próprio Bolsonaro. Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente afirmou que não pretende mudar a postura assumida até aqui. "Sou assim mesmo. Não tem estratégia", ressaltou. Inclusive, ele afirmou não estar preocupado com possíveis riscos a uma reeleição. "Se eu estivesse preocupado com 2022 não dava essas declarações".
Em reunião no Palácio do Planalto, integrantes do Governo avaliaram que o presidente elevou em demasia o tom de suas falas, o que vem prejudicando a gestão e pegou de surpresa aliados
O encontro, realizado na terça-feira, levou a dois diagnósticos sobre as razões para o comportamento de Bolsonaro. O primeiro é que a equipe presidencial errou ao deixar Bolsonaro muito exposto a jornalistas durante eventos nos últimos dias. A intenção é reduzir parte das interações, limitando, assim, as oportunidades de ele alimentar novas polêmicas.
A segunda avaliação é de que integrantes da chamada ala ideológica têm conseguido influenciar o presidente de forma mais assertiva. Não está claro para o grupo quem são os mais "ativos" nessa empreitada, embora "suspeitas" recaiam sobre aliados encarregados de sua comunicação digital, área de influência de Carlos Bolsonaro.
Por isso, além de "blindar" Bolsonaro da imprensa, o grupo acredita que o retorno do filho mais velho ao Brasil, o senador Flávio Bolsonaro (PSL), possa ajudar a amainar os ânimos. Ele tem um perfil mais moderado em relação aos irmãos e já foi comunicado sobre a crise. (com agências)