O vereador de Fortaleza, Guilherme Sampaio (PT), e o titular da Secretaria da Ciência e Tecnologia do Ceará, Inácio Arruda (PCdoB), acompanharam o protesto de ontem em momentos distintos. Indagado sobre a opinião que tem sobre deputados que são base do governo de Camilo Santana (PT) e votaram favoravelmente ao texto com novas regras previdenciárias, Sampaio diz que quem "apoia o Camilo não é obrigado a gostar do PT, ser a favor ou contra a reforma da Previdência."
Guilherme fez, contudo, um adendo: "quem milita no PT, tem posição muito clara contra a reforma." Conforme noticiado por O POVO em 19 de julho, o governador petista pediu o apoio da bancada cearense de 22 deputados ao texto, durante jantar no dia 11 de junho.
Sobre o protesto, Sampaio afirma ser demonstração clara de que os "retrocessos de Bolsonaro" não serão aceitos. Ele diz ainda que o comportamento do presidente estimula a polarização no País. Candidato à presidência da legenda em Fortaleza, o vereador pretende organizar outro protesto no dia 8 de setembro, data da eleição interna no partido, em prol da liberdade de Lula, preso em Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro.
Do alto de trio elétrico, Arruda afirmou que apoiar a pauta dos estudantes é obrigação. "A UNE tem todas as condições de mobilizar todas as organizações para que a gente possa incluir o povo mais simples, o povo mais pobre", opinou o secretário, que ainda fez críticas à política educacional traçada por Bolsonaro.
No Ceará, a pasta de Arruda é responsável por Urca, UVA e Uece, além da Fatec, que tem dois campi: Quixeramobim e Juazeiro do Norte. Segundo assegurou, embora o quadro nacional resvale indiretamente no contexto estadual, as instituições estão bem, graças a programas como a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico (Funcap).
O corte de gastos anunciado pelo secretário de Planejamento, Mauro Filho, dia 27 de maio, impactou as universidades. Em maio, o vice-presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece), Alexandre Araújo, disse que a limitação do custeio leva a "coisas absurdas", a exemplo de um professor ter de comprar o pincel com o qual dará aula. (Carlos Holanda)