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PSL expulsa Alexandre Frota após críticas ao governo
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PSL expulsa Alexandre Frota após críticas ao governo

Por unanimidade, partido determina saída do deputado federal que intensificou nas últimas semanas opiniões contrárias ao presidente Jair Bolsonaro
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SAÍDA de Alexandre Frota do partido expõe racha no diretório paulista do PSL (Foto: ESTADAO CONTEUDO)
Foto: ESTADAO CONTEUDO SAÍDA de Alexandre Frota do partido expõe racha no diretório paulista do PSL

O PSL decidiu ontem por unanimidade (oito votos a zero) a expulsão do deputado federal Alexandre Frota (SP), que recentemente passou a fazer críticas à legenda e ao governo do presidente Jair Bolsonaro, seu correligionário. Uma das peças mais atuantes em favor da votação da reforma da Previdência, Frota estava insatisfeito com o veto do Palácio do Planalto a indicações dele para cargos na Agência Nacional de Cinema (Ancine) e com a perda de poder do diretório municipal de Cotia, região metropolitana da capital paulista.

A decisão expõe um racha dentro do diretório estadual da sigla em São Paulo, hoje, comandado pelo filho do mandatário, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Oficialmente, a executiva nacional do PSL justificou a saída afirmando que Frota demonstrou "infidelidade" ao atacar o governo e colegas de bancada nos últimos meses.

Frota foi criticado, sobretudo, por se abster na votação do 2º turno da Previdência, o que foi considerado uma "traição" à legenda. A proposta foi aprovada por 370 votos a favor, 124 contra e uma abstenção, a dele.

"Não concordamos com os argumentos dele", afirmou Luciano Bivar, presidente do partido, justificando a decisão em expulsá-lo. Nas últimas semanas, a situação do parlamentar na sigla piorou após ele afirmar que Bolsonaro é a sua "maior decepção" e que a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada brasileira em Washington representa a "velha política".

Na semana passada, Frota compartilhou uma reportagem crítica ao presidente e seus filhos que relatava os laços familiares de empregados nomeados por eles desde 1991. No mesmo dia, atacou a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) por uma postagem dela, criticando-o pela aproximação com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Os controles dos diretórios municipais do partido em São Paulo viraram disputa entre o grupo político do senador Major Olímpio e parte dos parlamentares não ligados à bancada militar, como Junior Bozella e o próprio Frota. Olímpio articulou o processo de expulsão endossando o pedido feito por Zambelli e subscrito pelos também deputados Caroline di Toni (SC), Bia Kicis (DF) e por Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP).

Frota afirmou publicamente que o senador instalou uma "milícia de ex-PMs" no PSL. Irritado, Olímpio pediu a sua expulsão. Os dois brigavam por espaço na estrutura do partido.

No sábado, 10, Frota desativou seus perfis nas redes sociais. A medida foi vista como uma "prevenção" aos ataques que poderá vir a sofrer com a expulsão. No Facebook, Frota tinha 1,1 milhão de seguidores. No Twitter, somava 170 mil seguidores. (Agência Estado)

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