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Psol pode ampliar alianças com a esquerda, diz deputado
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Psol pode ampliar alianças com a esquerda, diz deputado

| Bienal| Glauber Braga afirmou que momento atual permite maior flexibilidade de alianças
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GLAUBER BRAGA participou da Bienal do Livro e de agenda partidária (Foto: Carlos Mazza/O POVO)
Foto: Carlos Mazza/O POVO GLAUBER BRAGA participou da Bienal do Livro e de agenda partidária

Em passagem por Fortaleza neste fim de semana, o ex-líder do Psol na Câmara, Glauber Braga (RJ), disse que o partido se esforça para lançar em 2020 seu "maior número de candidaturas a prefeituras da história". Neste contexto, ele destaca que pode haver mudança na tradicional postura do partido em vetar alianças com partidos fora o PSTU e PCB.

"A questão de alianças ainda vai ser discutida no partido, até porque elas têm que estar formatadas a partir de um programa", diz. "Agora, nós temos a compreensão de que vivemos uma realidade completamente diferente das eleições anteriores, quando havia um fechamento, e que hoje há uma maior flexibilidade na composição de alianças para enfrentar esse cenário".

Para Glauber, é importante ainda que o partido amplie o diálogo com lideranças da oposição ao governo Jair Bolsonaro (PSL), como Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT). "O Bolsonaro defende publicamente a eliminação de militantes de esquerda, então acho sim que todos aqueles partidos e lideranças de esquerda têm que estar na resistência, no enfrentamento", diz.

Ele destaca, no entanto, que as questões não significam retrocesso em bandeiras do Psol. "No momento atual, há necessidade de uma amplitude maior para resistir, reagir. Para isso, posições sectárias não vão nos auxiliar. Mas isso não pode ser feito perdendo identidade. A esquerda precisa manter suas bandeiras de pé e sair do discurso para a ampliação da prática".

O deputado resiste, no entanto, dialogar com segmentos de direita. "Parte da direita liberal quer convencer a população de que todos os nossos problemas se resolvem a partir de um diálogo entre esquerda e extrema-direita. Não concordo. Uma coisa é você disputar base bolsonarista. Mas figuras como o Bolsonaro, Silas Malafaia, Sergio Moro, têm que ser combatidas".

Recentemente, uma das lideranças do Psol, Marcelo Freixo (RJ), protagonizou polêmica ao participar de vídeo bem humorado com a deputada Janaína Paschoal (PSL-SP). "O Freixo não procurou ela, ele foi procurado para fazer uma entrevista. A crítica que faço é quanto ao formato do programa, que reduz muito o debate, mas creio que o Freixo estava lá para se contrapor".

Para Glauber, a esquerda precisa "retornar aos territórios", ampliando ações de base e militância no dia a dia. "Temos que trabalhar a capacidade de levar a nossa mensagem, mas ao mesmo tempo ter uma escuta apurada para aquilo que é a realidade do povo (...) essa é a tarefa, resistir a essse programa ultraliberal, conservador e de fechamento de regime", diz.

Glauber Braga esteve em Fortaleza neste fim de semana para participar da XIII Bienal do Livro do Ceará, além de agendas partidárias. O deputado ganhou repercussão nacional após chamar o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB-RJ), de "gângster" durante votação do impeachment de Dilma Rousseff (PT) na Casa.

Entre outros eventos, ele participou do painel "Brasil e os desafios da esquerda, ao lado do deputado estadual Renato Roseno (Psol) e as militantes Adelita Monteiro e Lillian di Maria.

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