O governo brasileiro enviou a postos diplomáticos no exterior uma circular com orientações para temas sensíveis ao governo, como desmatamento, Amazônia, agricultura e ambiente.
O documento foi enviado em meio a críticas no País e no exterior sobre a política ambiental da gestão Jair Bolsonaro, que podem colocar em risco o acordo entre Mercosul e União Europeia.
No documento, o governo destaca o Fundo Amazônia, financiado majoritariamente por Noruega e Alemanha, como um "mecanismo que se mostrou ineficaz" para controlar o desmate. "As mudanças propostas pelo governo brasileiro não têm por objetivo acabar com o Fundo, e sim torná-lo mais eficaz", diz trecho do documento.
Assim como foi feito por Bolsonaro, o texto critica o fato de que 40% dos recursos ao fundo tenham sido destinados a organizações não governamentais (ONGs), alegando que elas não empregaram o dinheiro "de forma adequada ou suficientemente transparente".
Sobre um dos pontos-chave para a ratificação do acordo entre Mercosul e União Europeia, o Acordo de Paris — que prevê esforços conjuntos para conter a alta de temperaturas no planeta —, o texto afirma que "o Brasil ambiciona concluir as negociações sobre mercado de carbono, instrumento-chave para a redução de emissões de gases de efeito estufa".
Segundo o documento, o País se mantém como participante "bastante ativo" na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e do Acordo de Paris.
O governo também alega que a cobertura vegetal nativa no Brasil corresponde a 66,3% do território: 25,6% como vegetação nativa em propriedades rurais; 13,8% como terras indígenas; 10,4% como unidades de conservação; e 16,5% em terras devolutas e não cadastradas.
Também destaca haver 600 terras indígenas no País e que "constituem as maiores áreas de preservação de vegetação nativa no Brasil".
(Agência Estado)