Aos gritos de "Salvem a Amazônia" e "Fora, Bolsonaro", cerca de 300 pessoas se manifestaram ontem diante da embaixada do Brasil em Londres, iniciando uma série de protestos convocados em vários países a favor dos "pulmões em chamas" do planeta.
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson está "extremamente preocupado" com a situação na Amazônia, informou uma porta-voz do governo, sem maiores precisões, na véspera da cúpula do G7 em Biarritz.
"Vimos as imagens horríveis (da floresta em chamas) e queremos fazer algo em solidariedade para com o povo do Brasil. Também temos filhos e gostaríamos que crescessem num mundo que tem seus pulmões", declarou a professora de inglês Luisa Brown, 36.
"Estou muito preocupada com a mudança climática, mas especialmente pelo impacto do agronegócio", afirmou Lucy Brown, 41, enquanto seus dois filhos, de 2 e 4 anos, corriam ao seu redor.
As duas são membros da Extinction Rebellion, o movimento de desobediência civil criado no fim de 2018 para lutar contra a falta de ação diante da mudança climática.
Manifestações em defesa da Amazônia ocorreram ontem em frente a outras embaixadas e consulados do Brasil convocadas pelo Extinction Rebellion e pelo "Fridays for Future", o movimento da jovem sueca Greta Thunberg, especialmente em Berlim, Madri, Barcelona e Turim (norte da Itália). Em Dublin, cem pessoas ocuparam a entrada de um edifício que abriga a embaixada brasileira.
O líder indígena brasileiro Raoni pediu ontem, na Alemanha, ajuda da comunidade internacional para "tirar" o presidente Jair Bolsonaro, a quem responsabilizou pelos incêndios que se multiplicam na Amazônia. "O Bolsonaro está fazendo coisa ruim. A gente tem que tirar ele logo. Acho que o presidente da França e outras forças internacionais podem fazer pressão para o povo brasileiro e o Congresso tirar o Bolsonaro", disse Raoni. (AFP)