O site The Intercept Brasil publicou ontem novos diálogos em texto — desta vez também em áudio — envolvendo membros do Ministério Público Federal (MPF) que integram a Operação Lava Jato.
As conversas apontam que o procurador Diogo Castor de Mattos teria confessado ao corregedor-geral do MPF, Oswaldo Barbosa, que pagou por um outdoor em Curitiba para promover a operação Lava Jato. O caso, contudo, foi arquivado sem investigação.
"Bem-vindo à República de Curitiba. Terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui a lei se cumpre. 17 de março - 5 anos de Operação Lava Jato - O Brasil Agradece", estampava a peça publicitária.
Barbosa teria pedido explicações à força-tarefa, que negou qualquer envolvimento com o patrocínio para confecção do outodoor. No entanto, a Lava Jato aceitou um pedido de Castor para se afastar da força-tarefa após confessar envolvimento com o pagamento pelo outdoor.
"O outdoor existe, mas não sabemos quem o colocou ou pagou. Como imaginou corretamente, jamais faríamos isso? seria caso de internação, não de corregedoria rs", disse via Telegram Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, a Barbosa.
"Deltan, verifique quem colocou este outdoor sem autorização no órgão de fiscalização, pois está repercutindo muito, inclusive no CNMP", respondeu Barbosa.
Após a saída de Castor da operação, os procuradores teriam debatido os efeitos de um vazamento. "Pessoal, só lembrando a todos: em respeito ao Diogo, o ideal é que o assunto seja tratado com sigilo total. Ele já fez a comunicação à Corregedoria, então agora é com as instâncias competentes. Digo isso para evitarem qualquer comentário em grupos de colegas ou rodas de amigos", afirmou Paulo Galvão.
Dallagnol concordou com a análise de Galvão. "Isso, por favor. Esse assunto tem que ficar aqui. Não podemos falar com colegas, porque falarão com outros, que falarão com outros, e estaremos expondo o colega e a própria operação". disse Deltan.