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Kennedy Alencar diz que os próximos meses serão decisivos para o Brasil
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Kennedy Alencar diz que os próximos meses serão decisivos para o Brasil

| Grandes nomes | Kennedy Alencar participa de programa da rádio O POVO/CBN e destaca importância de decisões que serão tomadas pelo STF sobre alguns métodos da Lava Jato
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Kennedy Alencar falou sobre cenário político e futuro do jornalismo (Foto: Tatiana Fortes)
Foto: Tatiana Fortes Kennedy Alencar falou sobre cenário político e futuro do jornalismo

O Brasil será a República dos bananas? A pergunta traz consigo conceitos importantes da democracia, do jornalismo e da política. Ontem, o jornalista Kennedy Alencar analisou esses compostos da atual situação brasileira, ponderou, destacou fatos e opinou. Com 30 anos de profissão e um histórico profissional diversificado, ele foi o quinto entrevistado da 14ª edição dos programas especiais "Debates Grandes Nomes".

Numa conversa que destacou o peso da operação Lava-Jato, assim como os vazamentos sobre seu modos operandi, Kennnedy falou sobre o ex-presidente Lula, as eleições presidenciais de 2022 e a importância de instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional. Além do atual presidente Jair Bolsonaro (PSL), suas ações e consequências. Para o jornalista, que hoje é comentarista da Rádio CBN e tem um site de notícias, serão os próximos meses que dirão se o Brasil fechará os olhos para "os abusos que evidentemente aconteceram e foram cometidos por integrantes da Lava-Jato".

"O País estará em uma encruzilhada. Pode seguir o caminho da República de bananas e fechar os olhos ou ir pelo outro caminho, que é de uma democracia plena. Na qual a lei vale para todos", afirmou. Decisão essa que caberá ao STF, ao julgar um habeas corpus da defesa do ex-presidente Lula, questionando a imparcialidade de Sérgio Moro, juiz do processo e hoje ministro da Justiça. Para Kennedy, o momento atual no País é difícil.

Em relação à Vaza-Jato, termo que se referencia ao vazamento de conversas entre Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol sobre as ações que fizeram parte da operação Lava-Jato, Kennedy é incisivo. Para ele, o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept, não errou ao divulgar o conteúdo de conversas entre as autoridades do Judiciário. "Em entrevista, ele explicou que é legítimo que o jornalista publique uma informação obtida, até com origem ilegal, se há interesse público. Se o jornalista não cometeu crime, ele tem o direito de publicar. Isso é um assunto pacificado nas democracias avançadas", afirmou.

Para 2022, caso a esquerda queira voltar ao poder, será preciso uma estratégia política de oposição, destaca. "Ciro Gomes e o PT precisam conversar. Setores do PSDB que estão insatisfeitos também. Até do MDB. Formar uma frente ampla, a exemplo do que aconteceu no Chile após a ditadura do Pinochet", opina. 

Kennedy diz que há enfraquecimento e confusão de papeis entre Judiciário, Legislativo e Executivo. Realidade que pode estar mudando. "A agenda econômica, a gente vê que está com o Congresso. O STF tornou crime de homofobia equivalente ao de racismo, ao contrário do que pensa o presidente", cita. Para a imprensa, complementa, fica a responsabilidade de não normalizar o que não é democrático. 

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