Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP), o cientista político Rodrigo Prando pensa que a medida poderia ser analisada por dois ângulos, o da desburocratização e o do acirramento com a imprensa. Bolsonaro, no entanto, faz com que somente o segundo motivo seja visível.
"Ele prefere, na forma que apresenta, buscar eleger um inimigo a ser atacado. De novo é a imprensa", argumenta o docente. Para Prando, o presidente pretere argumentos que poderiam ser, por exemplo, econômicos, em privilégio de frases e ações que visam o confronto. Apesar disso, o especialista projeta que a relação do pesselista com a imprensa deve se manter como está, sob estresse, mas sem arrefecer ou evoluir.
O deputado federal Heitor Freire (PSL), por sua vez, sustenta que a alteração promovida por Bolsonaro não se trata de um afronte à imprensa, mas um passo rumo à desburocratização. "Está cumprindo com o prometido", defende.
A oposição se prepara para reagir às medidas. Questionado especificamente sobre a alteração, o deputado federal José Guimarães (PT), vice-líder da minoria na Casa, afirma, num plano geral, que Bolsonaro é um destruidor da Constituição. Assim, o petista diz que a oposição iniciará costura com partidos que integram o chamado centrão. (Carlos Holanda)