O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, fez uma defesa enfática da reforma da Previdência em sessão de debates realizada ontem no plenário do Senado. Ele destacou que a reforma, como está proposta no relatório de Tasso Jereissati (PSDB-CE), representa uma economia de R$ 876 bilhões em dez anos e não vai significar uma redução imediata no déficit previdenciário, mas um alívio no orçamento.
Em 2018, o déficit previdenciário da União foi de R$ 265 bilhões em 2018. A previsão do governo para 2019 é de um resultado negativo em R$ 294,9 bilhões. "Feita a reforma, não significa que haverá uma diminuição abrupta ou paralisação do déficit previdenciário. Apesar disso, vai diminuir o déficit até estancar, o que vai significar um alívio no orçamento. Isso é o que queremos e isso é o que perseguimos", discursou Marinho.
Ele classificou o sistema previdenciário vigente como injusto e insustentável do ponto de vista fiscal. Ele considera que os mais pobres são os mais interessados na reforma, considerando a necessidade de preservação do investimento estatal em setores como saúde, educação e segurança pública.
Na sessão temática de ontem, os convidados críticos à reforma afirmaram que as mudanças vão prejudicar de maneira mais severa a população de baixa renda.
Ministro da Previdência no primeiro governo Lula, Ricardo Berzoini afirmou que a reforma é injusta porque vai atingir de maneira mais grave as pessoas mais pobres, sem atingir os mais ricos. Para Berzoini, o Brasil deveria focar na reforma tributária.
"Vamos tributar as heranças. Vamos tributar o Imposto de Renda da Pessoa Física, não dos pobres, não dos trabalhadores, mas daqueles que ganham mais de US$ 500 mil por ano. Vamos tributar os ganhos de capital. Vamos tributar os dividendos. Vamos acabar com a distribuição de juros sobre capital próprio. Vamos assegurar que o Brasil tenha um sistema tributário capaz de financiar suas políticas", sugeriu Berzoini. (das agências)