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Delegado Cavalcante e André Fernandes representarão em Brasília contra Heitor Freire
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Delegado Cavalcante e André Fernandes representarão em Brasília contra Heitor Freire

Em nota emitida nessa quinta-feira, 17, Freire confirmou ter ocorrido a conversa, mas negou ter sido autor do vazamento
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Delegado Cavalcante e André Fernandes acusaram Heitor Freire de vazamento de áudio (Foto: Mauri Melo/O POVO)
Foto: Mauri Melo/O POVO Delegado Cavalcante e André Fernandes acusaram Heitor Freire de vazamento de áudio

Os deputados estaduais Delegado Cavalcante (PSL) e André Fernandes (PSL) vão à Procuradoria Geral da República (PGR) em Brasília, na próxima semana, representar contra o deputado federal Heitor Freire (PSL). O motivo da ação é o vazamento de áudio no qual o presidente Jair Bolsonaro (PSL) conversa com o deputado - que responde com "uhum" - sobre a liderança da agremiação na Câmara dos Deputados. Embora ainda não haja data marcada, a maior chance é de a viagem ocorrer já na segunda-feira, 21.

Em nota emitida nessa quinta-feira, 17, Freire confirmou ter ocorrido a conversa, mas negou ter sido autor do vazamento. Depois disso, temporariamente, ele excluiu o Twitter e desabilitou comentários do Instagram. A reportagem fez novo contato sobre a movimentação dos correligionários-adversários. 

 
 
 
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Na noite de quarta-feira, 16, um grupo de 27 deputados do PSL decidiu destituir o líder da bancada na Câmara, Delegado Waldir (GO), substituindo-o por Eduardo Bolsonaro (SP). Deputados do PSL ligados ao presidente da sigla, o deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), apresentaram nova lista, para manter Delegado Waldir no cargo, e abriram uma "guerra de listas". O pedido para a troca de líder do PSL na Câmara foi feito pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, que conversou com parlamentares do PSL e cobrou apoio para seu filho "zero três". Após vazamento de áudio sobre suposta articulação para troca do líder do PSL na Câmara, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, 17, que, se alguém o "grampeou", foi um ato de desonestidade. "Eu não trato publicamente deste assunto. Converso individualmente. Se alguém grampeou telefone, primeiro é uma desonestidade", afirmou o presidente.

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Ao O POVO, Cavalcante, que não viajará, já que se recupera de cirurgia, disse esperar apuração da Polícia Federal (PF) sobre a divulgação da conversa, que teria "maculado" a imagem do presidente. Ele assegura ter sido Freire o autor do vazamento. "Tenho informação fidedigna de que foi ele, informação de gente ligada ao presidente", garantiu o bolsonarista, sem citar quem o repassou a informação. Procurada, a equipe de Fernandes confirmou a ida a Brasília.

O que se discutia no áudio vazado era a liderança do PSL na Câmara dos Deputados. Freire, por sinal, pendeu para o bivarismo (grupo de pesselistas ligado ao presidente nacional da legenda, Luciano Bivar). O cearense assinou lista em apoio a Delegado Waldyr (PSL-GO). Na contramão dos interesses do presidente. Bolsonaro queria retirar Waldyr do posto e colocar o filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). 

Esse é outro capítulo de crise que parece se aprofundar cada vez mais. O pavio foi acendido por Bolsonaro, no último dia 8, quando o militar orientou militante a esquecer o PSL. Acrescentou que Bivar "está queimado." Bivar, por sua vez, reagiu afastando ele do partido. A troca na liderança foi um dos movimentos após o embate partidário. Em outro grampo, Waldyr diz que fez tudo por Bolsonaro, a quem chamou de "desgraçado" e prometeu implodir.

"Encostaram (em Bolsonaro) pessoas que estavam mal-intencionadas para se eleger e chegar ao poder", critica Cavalcante. "Na campanha e pré-campanha, o Heitor blindou o Bolsonaro da nossa aproximação."

O POVO Online entrou em contato com a assessoria de André Fernandes e aguarda resposta. O deputado gravou vídeo queimando notificação que recebeu do PSL. 

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