A eleição de um partido de oposição ao atual governo argentino não deverá ter impacto no acordo entre o Mercosul e a União Europeia, avaliou ontem o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz.
Segundo Ferraz, o acordo UE e Mercosul teve forte apoio da sociedade argentina e é pouco provável que a nova gestão interrompa o processo. Ele estima que, se tudo correr como o esperado, em meados de 2020 o acordo deverá a ter sua vigência aprovada.
"A convicção (da manutenção do acordo) parte do diagnóstico de que é um acordo muito vantajoso para ambas as partes, Mercosul e UE, e vai trazer vantagens para os consumidores, com produtos mais baratos e acessíveis.
Com o tempo, isso vai ficar mais claro", disse Ferraz, que não acredita que as críticas à postura do Brasil em relação ao meio ambiente por alguns países europeus possa prejudicar a aliança.
"Toda essa eventual celeuma que foi criada por questões ambientais vai passar e a racionalidade do debate vai ser retomada e ele vai ser aprovado", afirmou.
Lucas Ferraz afirmou ainda que a eleição do peronista Fernández ao não deverá atrapalhar o rumo das negociações para redução da Tarifa Externa Comum (TEC) no âmbito do Mercosul.
"Acredito que será também um desejo do governo argentino. A Argentina tem de sentar e conversar, mas não há uma proposta concreta, formal do governo brasileiro. Há sim conversações, diálogos e estudos técnicos. O objetivo é reduzir o custo para o consumidor", explicou Ferraz, após participar de seminário promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre a governança do grupo dos Brics. (Agência Brasil)