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"Ele não tinha por que delatar ninguém", diz advogado de prefeito assassinado
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"Ele não tinha por que delatar ninguém", diz advogado de prefeito assassinado

Suspeitos ainda não foram capturados. Defesa de João Gregório não descarta crime por motivação política
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JOÃO Gregório, também conhecido na cidade como João do Povo, foi assassinado na última terça-feira (Foto: Arquivo)
Foto: Arquivo JOÃO Gregório, também conhecido na cidade como João do Povo, foi assassinado na última terça-feira

Advogado de João Gregório (PL), prefeito de Granjeiro assassinado na manhã da última terça-feira, 24, Igor César Rodrigues sustentou que o crime contra o cliente não foi motivado por possível delação que o gestor faria no âmbito da Operação Bricolagem, que apura fraudes em licitações para construções de escolas.

João do Povo, como também era chamado, foi velado durante o dia de ontem. Segundo o 10º Batalhão de Polícia Militar, ele caminhava a poucos metros da própria casa, nas proximidades do Açude do Junco, onde foi abordado pelos assassinos. Foram encontradas diversas cápsulas de pistola calibre 380 próximas ao corpo.

Uma câmera de vigilância registrou imagens de dois veículos suspeitos de serem usados durante o crime. No local, se deslocavam em alta velocidade uma motocicleta com características semelhantes a uma CG 160 de cor escura, com um ocupante; e um Renault Sandero de cor azul. Eles trafegavam em direção à CE, de número não especificado em relatório policial. A rodovia que corta o município, contudo, é a CE-060.

"Ele era praticamente alvo central, os outros seriam colaboradores, segundo a versão da operação. A situação de ele ter movimentado dinheiro... Ele era grande empresário", alegou César.

Transações financeiras de João Gregório eram tidas como suspeitas. Por dois anos, ele teria movimentado aproximadamente R$ 26 milhões na conta de um parente aposentado rural. Eram valores supostamente desviados de contratos para construção de escolas. Num dos mandados de busca e apreensão, foram encontrados R$ 213 mil distribuídos em caixas de sapatos.

Afora a operação, outra linha de investigação tenta descobrir se o crime se justifica por razões políticas. O vice-prefeito de Granjeiro, Ticiano Tomé (PSDB), estava rompido com o gestor há cerca de quase dez meses. O POVO não conseguiu localizá-lo. A reportagem também tentou ligar para o pai dele, Vicente Tomé, também adversário político da vítima. De acordo com o advogado de Gregório, esta é a "principal tese". Ele não quis desdobrar o argumento, sob pena de acusar indevidamente alguém.

O delegado diretor do Departamento de Polícia do Interior Sul (DPI-Sul), Ricardo Pinheiro, não quis discorrer sobre as possibilidades com as quais a Polícia trabalha para esclarecer o crime "para não atrapalhar as investigações. (colaborou Lucas Barbosa)

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