Logo O POVO+
Bolsonaro recua e busca aval para fundo eleitoral de R$ 2 bilhões
Politica

Bolsonaro recua e busca aval para fundo eleitoral de R$ 2 bilhões

Crítico do repasse aos partidos, presidente sinaliza que sancionará fundo para não correr risco de impeachment
Edição Impressa
Tipo Notícia
BOLSONARO se manifestou publicamente três vezes ontem sobre Fundo Eleitoral (Foto: Isac Nobrega/Presidência da República)
Foto: Isac Nobrega/Presidência da República BOLSONARO se manifestou publicamente três vezes ontem sobre Fundo Eleitoral

Em uma mudança de postura, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou ontem que deve sancionar a proposta que destina R$ 2 bilhões para custear campanhas eleitorais em 2020, para não cometer crime de responsabilidade. Bolsonaro disse que tem de "preparar a opinião pública" para não ser "massacrado" sobre a sua decisão.

Em ao menos três ocasiões, Bolsonaro se manifestou publicamente ontem sobre o assunto. No mês passado, declarou que buscava uma "brecha" para vetar o repasse do valor, proposto pelo governo ao Congresso.

"O fundo eleitoral é uma lei. O que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) fez? Oficiou a Receita no valor, o montante, de R$ 2 bilhões. Então, veto ou sanção é uma obediência à lei. Se você for ler o artigo 85 da Constituição, se eu não respeitar a lei, eu estou em curso do crime de responsabilidade", disse o presidente ontem, em frente ao Palácio da Alvorada.

Questionado novamente se veta ou sanciona o valor definido para o fundo, Bolsonaro respondeu: "O que posso dizer é isso aí. A conclusão agora é de vocês. É o seguinte, tem de preparar a opinião pública, né, caso contrário vocês me massacram, vocês arrebentam comigo."

A destinação de recursos públicos para financiar candidatos nas eleições do ano que vem é considerada impopular e alvo de crítica de apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais. Mais tarde, no Twitter, Bolsonaro citou artigo da Constituição e provocou seus seguidores: "Você acha que devo VETAR o FEFC (fundo eleitoral), incorrer em Crime de Responsabilidade (quase certo processo de impeachment) ou SANCIONAR?"

O presidente já havia mencionado, em transmissão ao vivo nas redes sociais, em dezembro, a possibilidade de incorrer em crime de improbidade administrativa caso vetasse a destinação de recursos para campanhas. Ontem, na primeira live do ano, Bolsonaro disse que ainda não decidiu sobre o assunto, mas novamente afirmou: "Se tem uma lei que diz que tem que ter fundão de R$ 2 bi, eu vou vetar isso?"

A orientação do auxiliar é pela aprovação do fundo. Bolsonaro tem até o dia 21 para decidir, mas como Oliveira entrará em férias na semana que vem, ele deve antecipar a sanção de leis de maior impacto, como o Orçamento e a que trata da transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ao Banco Central.

Segundo Bolsonaro, a lei do FEFC foi criada em 2017 e que no ano passado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficiou a Receita Federal para que alocasse R$ 2 bilhões no Orçamento deste ano para as campanhas. O presidente lembrou que durante a tramitação no Congresso tentaram elevar o valor para R$ 3,8 bilhões, o que foi revisto na aprovação final do Orçamento. (Agência Estado)

 

O que você achou desse conteúdo?