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Campo popular cobra "inclusão territorial" em Fortaleza em reunião do novo Plano Diretor
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Campo popular cobra "inclusão territorial" em Fortaleza em reunião do novo Plano Diretor

Dados sobre políticas públicas executadas nos últimos dez anos serão apresentados em 3 de fevereiro. Será oportunidade para discussão de áreas não priorizadas
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Núcleo foi instalado pelo prefeito Roberto Cláudio e já definiu calendário  (Foto: Divulgação/Thiago Gaspar/Prefeitura de Fortaleza)
Foto: Divulgação/Thiago Gaspar/Prefeitura de Fortaleza Núcleo foi instalado pelo prefeito Roberto Cláudio e já definiu calendário

O núcleo gestor de revisão do Plano Diretor de Fortaleza se reuniu na manhã desta segunda-feira, 20, no auditório da sede da Prefeitura de Fortaleza, para iniciar cronograma e metodologia de trabalhos, definidos na semana anterior. O objetivo é entregar em outubro deste ano minuta ao Legislativo municipal referente ao novo formato de desenvolvimento da Capital para os próximos dez anos em termos de habitação, regularização das áreas verdes e Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), por exemplo. Presente na reunião, o campo popular - parte do núcleo com 15 representantes - fez apontamentos a representantes do Poder Público sobre as políticas não executadas entre 2009 e 2019 e as que tiveram êxito. 

Responsável pela exposição por parte dos membros da sociedade civil, o pesquisador do Laboratório de Estudos da Habitação da Universidade Federal do Ceará (Lehab-UFC), Marcelo Capasso, destacou como emergencial a promoção de políticas que garantam a "inclusão territorial" na Cidade.

Na explicação dele, a criação de meios pelos quais moradores de áreas economicamente desfavorecidas possam acessar a "cidade formal, a cidade com acesso a equipamentos básicos, trabalho, serviços." Ele adicionou ainda a necessidade mecanismos para que essas pessoas não sejam deslocadas de suas residências a cada novo empreendimento. 

Ainda conforme Capasso, moradores do Conjunto Habitacional Alameda das Palmeiras, no bairro Ancuri, ou Cidade Jardim, no José Walter, terminam por serem excluídos territorialmente. "Não têm esses serviços, não têm acesso a transporte, acessibilidade para as áreas de trabalho é complicadíssima e isso tem bastante impacto para a qualidade de vida."

Havia a expectativa de o Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor) apresentar números referentes ao que foi tornado política pública nos últimos dez anos. Principal condutor da conversa, o secretário-executivo da gabinete do prefeito Roberto Cláudio, Pedro Rocha Neto, informou que os dados serão expostos no próximo encontro, datado para 3 de fevereiro. Será oportunidade, também, para a discussão de áreas não priorizadas.  

Rocha enfatiza que, afora a participação do campo popular, o envolvimento dos interessados também será assegurado via transmissão ao vivo, que será veiculada em site específico sobre o tema.  "Esse componente de elaboração participativa se dará tanto nas discussões territoriais, que vão levar em consideração os 39 territórios que foram divididos pelo Iplanfor, como nas comissões temáticas, que são os fóruns temáticos, (onde) vamos discutir mobilidade, patrimônio histórico e cultural do município e vários temas, inclusive foi incluído um específico sobre Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social)."

A nova política de desenvolvimento da Cidade será tocada pelo próximo prefeito de Fortaleza, que será conhecido no dia 4 de outubro, em caso de não haver segundo turno. 

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