Em transmissão nas redes sociais no início da noite de ontem, o deputado federal Capitão Wagner (Pros) disse que "há uma estratégia política e eleitoral para gerar clima de insatisfação" na corporação militar e afetar a sua pré-candidatura à Prefeitura de Fortaleza.
"Por que será que, no ano eleitoral, em que estou em primeiro lugar nas pesquisas, a única forma para tentar atrapalhar nossa vitória é forçar os policiais militares a fazer uma greve para manchar a nossa imagem?", questionou o parlamentar, que se pronunciou pela primeira vez desde que o Governo do Estado apresentou o projeto de reajuste salarial para os militares do Ceará.
Em seguida, o deputado do Pros falou que "quer ajudar na negociação" entre policiais e o Executivo, a fim de equacionar as demandas dos militares. "Temos que tratar essa questão com a maior responsabilidade possível", acrescentou.
Para ele, no entanto, "é absurdo dar ao topo da pirâmide mais do que está dando na base", referindo-se aos percentuais de aumento salarial de coronéis e praças.
O deputado também avalia que há em andamento "uma tentativa arrogante de desacreditar um movimento legítimo e aqui pacífico".
Wagner ainda queixou de que, desde novembro do ano passado, solicita reunião com o governador Camilo Santana (PT) e o titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, André Costa.
"Estou tentando reunião com governador para levar dinheiro ao Estado do Ceará para segurança", relatou. "Em todo momento de crise da gestão Camilo, a gente está se colocando à disposição pra ajudar. Temos recursos à disposição, mas o senhor (governador) não está nos recebendo."
Na noite da última terça-feira, 4, Camilo reuniu deputados da base no Palácio da Abolição para discutir a proposta que estabelece índices de reajuste para militares que vão de 10% até 32%, a depender da patente, escalonados até 2022.
A mensagem do Executivo com o projeto deve chegar à Assembleia ainda em fevereiro. Nos bastidores, parlamentares relatam que o governador se surpreendeu com a reação dos policiais, já que outros estados não estão concedendo aumento salarial. (Henrique Araújo)