Sem a presença no local do deputado federal Capitão Wagner (Pros), mais de 3 mil soldados, cabos, sargentos e subtenentes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros fizeram manifestação que se instalou em frente à Assembleia Legislativa do Ceará durante quase 12 horas de protesto e espera. Em meio ao ato, o Governo do Estado aceitou rever a proposta de reajuste salarial para profissionais da segurança pública do Ceará.
A ameaça de greve, nos moldes da traumática paralisação de 2011/2012 em Fortaleza e que se alastrou pelo Interior do Estado há oito anos, pesou na balança e acionou a prudência do governador Camilo Santana.
No começo da noite de ontem, após reunião entre Camilo, lideranças do movimento reivindicatório dos militares e os deputados Delegado Cavalcante (PSL), Júlio César Filho (Cidadania), José Sarto (PDT) e Renato Roseno (Psol), parte da tropa fez movimento para não aceitar o aceno do governador petista.
Depois de apresentar os cinco pontos acordados com o governador, parte dos manifestantes engrossou o coro por uma paralisação da PM e BM inflamando homens e mulheres.
Ali, em meio à multidão, alguém gritou perguntando quanto, de fato, seria o acréscimo no contra-cheque dos militares. "De quanto vai ser o aumento?". Tanto o deputado estadual Soldado Noélio como o vereador Sargento Reginauro, ambos ligados aos grupos militares, explicaram que, a partir da próxima segunda-feira, 10, se iniciaria "a construção de uma nova proposta" de reajuste.
Em efeito manada, a maior parte dos manifestantes se insurgiu e voltou a gritar por greve. "É preciso ter responsabilidade. Vejam, em 2011/2012, fizemos quatro movimentos até chegar a paralisação. Hoje, fizemos um protesto e conseguimos abrir um canal de diálogo e propostas concretas", respondeu à tropa o vereador Sargento Reginauro.
O deputado Soldado Noélio pediu aos militares que confiassem. "O governador fez um acerto com a gente. Botamos 5 mil hoje, aqui. Podemos botar 7 mil. Mas antes, precisamos construir a nova proposta salarial e pensar também na sociedade", pontuou o parlamentar. Dali em diante, fez um silêncio meio incômodo, mas muitos também comemoram "vitória".