Entidades de militares, parlamentares e membros do Governo do Estado se reúnem hoje na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) para discutir mudanças na proposta de reajuste salarial apresentada pelo Palácio da Abolição, que tem impacto de R$ 440 milhões até 2022.
Há possibilidade de alterar ao menos cinco pontos do texto, anunciado por Camilo Santana (PT) na semana passada. Segundo policiais e bombeiros, as principais queixas da categoria se concentram na quantidade de parcelas e no valor da primeira. Eles querem reduzir o fracionamento para três anos e receber um pagamento inicial maior.
Outros tópicos da proposta passíveis de alteração são o reajuste a ser pago na mudança de patente dos militares e o valor da remuneração variável (metas, horas extras e gratificações).
Na última quinta-feira, governador e representantes se encontraram na sede do Governo, logo depois de protesto realizado em frente à AL, no início da manhã. Na conversa, foi criada uma comissão de negociação. Em pronunciamento, Camilo se comprometeu a só enviar o projeto depois de acordo com os militares.
De acordo com o titular da Casa Civil, Élcio Batista, a previsão de enviar o texto ainda em fevereiro, definida pelo governador, se mantém. Nesta segunda-feira, o secretário e os militares se reúnem, a partir das 14 horas, no gabinete do líder do governo na Assembleia, o deputado estadual Júlio César Filho (Cidadania).
Nessa primeira rodada de debate, garantiu o deputado Delegado Cavalcante, a intenção é ver "se o governo mantém a disposição de negociar". O parlamentar disse "esperar que haja entendimento".
Um dos participantes do encontro, o também deputado estadual Soldado Noélio (Pros) ratifica que o objetivo é conhecer os números mostrados pelo Estado para chegar a um reajuste de consenso.
O projeto sugerido pelo governador fixa percentuais de aumento que vão de 10% até 32% para policiais e bombeiros em quatro parcelas, concedidos em regime escalonado, a depender da patente. Os índices, considerados baixos, foram criticados por setores da corporação, sobretudo soldados e cabos, que ameaçaram paralisar as atividades caso esses patamares não fossem revistos.