Por causa de cortes determinados pelo governo Camilo Santana (PT), os 230 policiais militares afastados por suposto envolvimento em motins no Ceará receberam no mês de fevereiro, em média, cerca de R$ 1 mil a menos que no mês anterior.

Ao todo, média geral do salário bruto — calculado antes dos descontos previstos em folha — dos policiais afastados foi de R$ 5,5 mil em janeiro para R$ 4,5 mil em fevereiro. O valor diz respeito à remuneração bruta dos agentes, calculado a partir da soma do soldo básico com as gratificações recebidas por cada militar, antes dos descontos previstos na folha de pagamento.

Não estão computados ainda sobre esses valores, no entanto, os descontos previstos caso a caso, como a contribuição previdenciária e do imposto de renda. A maioria dos salários é complementado por uma série de gratificações, que têm previsão de incorporação ao salário-base da categoria caso aprovado projeto de lei em tramitação na Assembleia.

Ao todo, o valor desembolsado pelo governo para o pagamento dos 230 agentes foi de R$ 1,28 milhão no primeiro mês do ano para R$ 1,05 milhão em fevereiro, em queda geral de quase 20%.

As informações têm base em cruzamento feito pelo O POVO entre dados oficiais da folha de pagamento da PM-CE e a relação dos 230 agentes punidos divulgada pelo governo no Diário Oficial do Estado. Além do desconto salarial e do afastamento preventivo dos agentes por 120 dias, o órgão também determinou o recolhimento de distintivos e armas dos acusados.

As punições começaram a ser aplicadas no dia 21 de fevereiro, três dias após o início do movimento de paralisações de policiais militares no Ceará. No último domingo, 1º, o movimento chegou ao fim após acordo entre governo e a categoria. Os termos da negociação, no entanto, não incluíram previsão de anistia para PMs envolvidos no motim. (Carlos Mazza)