O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, negou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha defendido o retorno imediato das pessoas ao trabalho, conforme fez crer o presidente Jair Bolsonaro. Mais do que isso, Mandetta defendeu ainda "o máximo de distanciamento social" e a manutenção das quarentenas definidas pelos Estados.
"Nós vamos trabalhar com o máximo de planejamento. E, no momento, nós vamos fazer, sim, o máximo de distanciamento social, o máximo de permanência dentro das nossas residências de homeworking (trabalho em casa), para que a gente possa chegar ao momento de falar, 'estamos mais preparados e entendemos aonde vamos', aí a gente vai liberando e monitorando pela epidemiologia", disse Mandetta, em coletiva na tarde no Palácio do Planalto.
Ao comentar o discurso do diretor da OMS, Tedros Adhanom Gheybresus, que defendeu a posição de que países mais pobres devem adotar medidas para proteger a saúde e o emprego da população, Mandetta disse que compreende a declaração como algo que considera a "dinâmica social" de cada nação, mas sem abrir mão, em nenhum momento, do que determina a ciência.
Mandetta disse que a OMS não está oferecendo nenhuma "receita de bolo" sobre como agir. "O que ele (Tedros) faz são considerações. Nós não vamos fazer medidas que sejam arriscadas para o nosso povo, enquanto nós não tivermos condições de trabalho", afirmou.
O ministro da Saúde usou ainda o próprio discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, para mostrar que o País tem aplicado recursos para garantir que as pessoas fiquem em casa e não sejam prejudicadas. Nas contas de Guedes, são R$ 750 bilhões já mobilizados por causa do coronavírus, dos quais cerca de R$ 150 bilhões têm o propósito de assistir a população de baixa renda. (Agência Estado)