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Vídeo pode ser útil ao inquérito desde que associado outras evidências, diz presidente da ACM
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Vídeo pode ser útil ao inquérito desde que associado outras evidências, diz presidente da ACM

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A divulgação das conversas da reunião ministerial não gera impactos ao curso do inquérito, servindo apenas para que o público tome conhecimento. O conteúdo dos diálogos, sobretudo o trecho em que o presidente fala em "trocar a segurança na ponta da linha" permite mais de uma interpretação e, isoladamente, não demonstra força capaz de alterar os rumos da investigação. A avaliação acima é do presidente da Associação Cearense de Magistrados (ACM), Daniel Carneiro Carvalho.

Para que o vídeo venha a ser fator de definição, ou em favor de Sergio Moro ou em benefício de Jair Bolsonaro, Carneiro Carvalho considera necessário que se somem ao material divulgado outras evidências. "Um vídeo em si não é prova cabal, a investigação tem que ir no tempo, sem passo açodado. É deixar a Justiça julgar e o Ministério Público (Federal) investigar", ele enfatizou.

As incertezas sobre o impacto jurídico do vídeo no andar do inquérito fez com que, na arena política, cada polo em disputa reforçasse sua versão. Moristas e bolsonaristas se movimentaram nas redes sociais numa disputa de versões mais clara a cada novo episódio da crise política.

Para o professor universitário e cientista político pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Cleyton Monte, a tendência é de que o movimento bolsonarista se ancore nas falas do líder para exaltar a ideia de um presidente que quer trabalhar, mas está sendo tolhido pelos demais poderes constituídos, o Legislativo e o Judiciário.

Em diversos trechos do vídeo, Bolsonaro fala em defender os interesses do povo, ressalta o direito de ir e vir como contraponto às medidas de isolamento social implementadas por prefeitos e governadores. Diz que convidará os auxiliares para "ir ver como tá o cara na esquina". "Sentir o cheiro de povo, como eu falei, lá. É uma experiência para todo político sentir", exclama o presidente.

Afora o desempenho do presidente, Monte avalia que o comportamento dos ministros não apresentam novidades. As falas de Damares Alves (Família, Mulher e Direitos Humanos), Abraham Weintraub (Educação) e Ricardo Salles (Meio Ambiente) são para ele a confirmação de um quadro de ministros em sincronia com o presidente. "É a confirmação, porque a gente já conseguia ler isso." (Carlos Holanda)

 

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