Seis apoiadores do presidente Jair Bolsonaro foram alvo ontem de mandados de prisão temporária expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no inquérito que apura a organização de atos antidemocráticos. Uma das presas é Sara Fernanda Giromini, 27, que se identifica como Sara Winter.
Depois que a PF cumpriu 29 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a seguidores de Bolsonaro, há duas semanas, no inquérito das fake news, esta foi a ação mais contundente contra um grupo de seguidores do presidente.
Os mandados de prisão foram direcionados a líderes do movimento "300 pelo Brasil", que, após ter o acampamento desmontado pelo Governo do Distrito Federal, no sábado, 13, disparou fogos de artifício na direção do STF. O ataque foi repudiado por ministros da Corte e ex-presidentes da República.
A PF não confirmou, até o fechamento desta página, a identidade dos outros alvos dos mandados. Eles são investigados pelo crime de associação criminosa, previsto no artigo 288 do Código Penal. Em nota, a Procuradoria Geral da República (PGR) informou que há indícios "de que o grupo continua organizando e captando recursos financeiros para ações que se enquadram na Lei de Segurança Nacional". O objetivo das prisões, com duração de cinco dias, é "ouvir os investigados e reunir informações de como funciona o esquema criminoso" de organização dos atos.
Em depoimento que durou pouco mais de uma hora, Sara negou que os integrantes do 300 pelo Brasil defendam uma intervenção militar no País e disse que não participou do ataque ao Supremo com fogos de artifício no sábado. Ela também disse que atos que foram comparados a Ku Klux Klan, grupo supremacista branco dos Estados Unidos, teve inspiração em uma "passagem bíblica".
Integrantes do STF vinham demonstrando preocupação, nos bastidores, com a lentidão para a tomada de medidas concretas sobre o grupo 300 pelo Brasil. Na semana passada, a Corregedoria do MPF pediu explicações ao procurador Frederick Lustosa sobre a condução do caso. O pedido causou desconforto no órgão. Foi então que, na sexta-feira, a PGR resolveu agir por conta própria e pediu ao Supremo a prisão temporária de integrantes do grupo. (Agência Estado)