O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou ontem que o ministro Abraham Weintraub (Educação) foi imprudente ao participar de atos de apoiadores no último domingo, 14, provocando aglomerações e sem qualquer item de segurança, como exige decreto de isolamento no Distrito Federal.

"Eu acho que ele não foi muito prudente em participar da manifestação, apesar de não ter falado nada demais ali. Mas não foi um bom recado. Por quê? Porque ele não estava representando o governo", defendeu.

Segundo Bolsonaro, o auxiliar "estava representando a si próprio", mas, "como tudo o que acontece cai no meu colo, é um problema que estamos tentando solucionar com o senhor Abraham Weintraub".

Sucessor de Ricardo Vélez na pasta, Weintraub vem acumulando desgaste dentro e fora do Governo. É alvo de inquérito que apura disseminação de fake news por perfis nas redes sociais.

Em reunião ministerial de 22 de abril, sugeriu a prisão de governadores, prefeitos e magistrados, àquela altura envolvidos em fazer cumprir decretos para restringir o fluxo de pessoas no combate à pandemia do novo coronavírus.

Dentro do Planalto, Weintraub é obstáculo à cessão de cargos e espaços no MEC a partidos do centrão, dos quais Bolsonaro tem se aproximado para deter um eventual processo de impeachment.

Ligado a Olavo de Carvalho, Weintraub é apoiado pelos filhos do presidente, Eduardo Bolsonaro, Carlos e Flávio, e conta com apoio dos segmentos ideológicos do bolsonarismo.

Nesse ato do fim de semana, por exemplo, o ministro voltou a se referir a membros do STF e outras autoridades como "vagabundos", postura que contrariou a ala militar do Governo. (Henrique Araújo)