Poucas horas antes de deixar o cargo de ministro da Educação, Abraham Weintraub revogou portaria de 2016 e acabou com regras sobre cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação de instituições federais de ensino.

A decisão de Weintraub não elimina a reserva de vagas em pós-graduações que já adotaram cotas. Também não impede que cursos estabeleçam cotas daqui para frente. A medida pegou universidades de surpresa. Como não houve sequer nota do MEC explicando a regra, muitos gestores chegaram a pensar que as cotas já adotadas teriam de ser eliminadas.

Parlamentares vão tentar tornar sem efeito a medida do ex-ministro. A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) foi uma das que protocolou pedido para suspender a iniciativa. "O ministro da ignorância, Weintraub, revogou a portaria sobre políticas de cotas raciais na pós-graduação. As cotas, para além de promover justiça social, têm resultados acadêmicos comprovados", escreveu no Twitter.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que pretende resolver por meio do diálogo com o ministro que virá a revogação de cotas em cursos de pós-graduação. "O ideal é mostrar para o governo que essa decisão do ministro, já sabendo que ia sair, talvez tenha baixa legitimidade", disse.

Procurado, o MEC afirmou que a legislação só prevê a concessão de cotas e ações afirmativas para cursos de graduação. (Agência Estado)