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Em nota, PGR sobe tom contra equipe da Lava Jato e amplia crise interna
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Em nota, PGR sobe tom contra equipe da Lava Jato e amplia crise interna

Augusto Aras diz que operação não é um órgão autônomo. Saída de três procuradores é minimizada, porque, segundo nota, já estaria prevista desde antes para acontecer amanhã
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Augusto Aras enfrenta crise com a equipe da Lava Jato após viagem de assessora a Curitiba (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Augusto Aras enfrenta crise com a equipe da Lava Jato após viagem de assessora a Curitiba

A procuradoria-geral da República (PGR) elevou o tom contra a força-tarefa da Lava Jato ontem, alegando que a operação "não é um órgão autônomo e distinto do Ministério Público Federal (MPF), mas sim uma frente de investigação que deve obedecer a todos os princípios e normas internos da instituição". Apesar de admitir os êxitos obtidos e reconhecidos pela sociedade, conforme manifesta Augusto Aras, em nota oficial.

A PGR decide reagir publicamente à saída de três procuradores da Operação numa divergência com a subprocuradora e coordenadora da força-tarefa na PGR, Lindora Araujo, que, na sexta-feira (26), gerou revolta dos lavajatistas após visitá-los em Curitiba. Eles alegam que a diligência no QG da operação no Paraná tinha o objetivo de acessar arquivos da equipe e a atitude foi vista como um risco para as investigações. Inclusive, a Corregedoria do Ministério Público Federal foi acionada.

Ex-ministro da Justiça, e responsável por validar grande parte dos atos da operação quando juiz federal, Sergio Moro divulgou nota onde diz que "aparentemente, pretende-se investigar a Operação Lava Jato em Curitiba", mas que "não há nada para esconder nela, embora essa intenção cause estranheza. Registro minha solidariedade aos Procuradores."

A PGR, porém, garante que o afastamento, a pedido, dos procuradores Hebert Reis Mesquita, Victor Riccely Lins Santos e Luana Macedo Vargas não afetará os trabalhos da força-tarefa, já que as baixas na equipe de Brasília já estavam previstas para ocorrer na terça-feira, dia 30.

“Com a redução natural dos trabalhos no grupo da Lava Jato, decorrente de fatores como a restrição do foro por prerrogativa de função determinada pelo STF, a demanda existente continuará a ser atendida por assessores e membros auxiliares remanescentes, sem qualquer prejuízo para as investigações”, diz a PGR.
Grande parte dos procuradores da operação discorda da gestão de Aras à frente da PGR. Eles alegam que o procurador blinda o presidente e busca uma vaga no STF.

Augusto Aras rebate as críticas de procuradores e ex-procuradores da Força Tarefa da Lava Jato sobre sua atuação à frente da PGR e de que teria se arrependido de ter pedido a abertura de inquérito no STF contra o então ministro da Justiça, Sergio Moro.

“Se eu não quisesse investigar, não teria pedido abertura de inquérito. Todas as diligências apontadas pelo ex-ministro como sendo necessárias para elucidar os fatos foram prontamente solicitadas ao Supremo Tribunal Federal e estão sendo acompanhadas pela equipe da PGR”, afirmou na ocasião.


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