Professor e cientista político, Emanuel Freitas avalia o impacto da aprovação do Fundeb nas eleições de novembro deste ano. Segundo ele, não foi à toa que a Câmara aprovou a medida muito próximo do pleito.

"É muito inusitado que uma pauta que diz respeito diretamente aos municípios venha a ser votada justo agora", disse.

Para ele, é possível que haja "dois movimentos: de quem foi favorável, tentando se mostrar preocupado com a questão; de bolsonaristas, que tentarão cantar a proeza do governo (escondendo a despreocupação do mesmo por quase dois anos) e se ligar a 'mais um feito de Jair'".

Os grandes beneficiados, aponta Freitas, são os deputados federais que serão candidatos a prefeito neste ano, "pois tentarão se colocar como patronos ou apoiadores" da aprovação do Fundeb.

Como exemplos, o pesquisador cita os deputados Capitão Wagner (Pros), pela proximidade com o Governo Federal, Idilvan Alencar (PDT), porque esteve na linha de frente de aprovação do Fundeb, e Luizianne Lins (PT), pela base de eleitores que tem no setor da educação no Ceará.

Da bancada cearense, ao menos cinco devem ser candidatos a prefeito: além de Wagner, Luizianne e Idilvan, podem concorrer à Prefeitura de Fortaleza Célio Stuart (PV) e Heitor Freire (PSL).

Outros nomes apoiarão candidaturas majoritárias, como é o caso de Domingos Neto (PSD), cuja mãe, a deputada estadual Patrícia Aguiar, é pré-candidata em Tauá.