O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), José Sarto (PDT), afirmou em coletiva que a retomada presencial do plenário deve facilitar a inserção do processo pelo qual responde o deputado estadual André Fernandes (sem partido), que já ultrapassou um ano. Segundo o pedetista, a pauta não era prioritária para ser discutida durante as sessões remotas. "Até porque teve todo o devido processo legal, foi seguido na Comissão de Ética", ele justificou.
O caso do bolsonarista remete a 2019, quando ele, novato no Parlamento, atribuiu a Nezinho Farias (PDT) vínculo com uma facção criminosa. A denúncia foi arquivada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE). A punição definida contra Fernandes, a ser votada em plenário, é de suspensão do exercício do mandato por 30 dias.
Esta é uma sanção intermediária, situada entre censura verbal ou escrita, mais brandas, e a própria cassação do mandato, a mais severa. Pelas redes sociais, o bolsonarista já alegou ser vítima de uma perseguição, tese endossada por aliados estaduais e de outros cantos do País simpáticos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Sarto, por sua vez, alerta que nos quatro meses de regime remoto, durante o qual foi inclusive aprovado sistema eletrônico para votações secretas, a Casa não tratou do tema com urgência. Ele destacou o ponto para salientar que, ao contrário do que indica a retórica do bolsonarista, não há perseguição contra ele. Com o retorno, finalizou, "esse tema certamente deve ser abordado."
Pré-candidato pelo PDT à sucessão de Roberto Cláudio, o pedetista foi questionado se pedira licença da AL-CE no caso de ser alçado à disputa, mas se esquivou, já que a legenda ainda atravessa processo de seleção. "Eu prefiro não falar no 'se'. Estamos na fase preliminar. Aliás, quero registrar a alegria e parabenizar ao PDT, na pessoa do seu presidente, André Figueiredo. Estamos inaugurando metodologia interessante", disse sobre os debates online iniciados pela agremiação. (Colaborou Catalina Leite)