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PT veta apoio a Arthur Lira e negocia com bloco rival
Politica

PT veta apoio a Arthur Lira e negocia com bloco rival

| Sucessão na Câmara | Oposição é considerada o fiel da balança na disputa. Ex-líder do DEM, Elmar Nascimento se diz 'traído' por Rodrigo Maia após ter sido preterido pelo presidente da Casa.
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A bancada do PT decidiu, na noite de quarta-feira, 16, que não vai apoiar o bloco liderado por Arthur Lira (PP-AL), aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. O partido, que tem a maior bancada da Casa, programou conversas com as demais siglas de oposição.

A ideia é discutir o lançamento de um nome na disputa. O movimento, caso resulte em uma candidatura própria da esquerda, poderá enfraquecer a articulação liderada pelo atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de apresentar ainda neste ano um candidato de consenso contra o bloco de Lira.

Com 133 parlamentares, a oposição tem sido considerada fiel da balança da eleição marcada para 1.º de fevereiro de 2021.

Segundo fontes do PT, a decisão da sigla de manter conversas com outros partidos de oposição não fecha a porta para uma composição futura com o bloco liderado por Maia, mas pode atrasar essa definição.

O atual presidente da Câmara enfrenta dificuldades para emplacar Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) pelo fato de o parlamentar não ter nem sequer o apoio de seu partido, fechado com Lira. Também não obteve aval dos aliados ainda para lançar Baleia Rossi (MDB-SP).

"O PT não comporá bloco para a mesa da Câmara com candidatura apoiada por Bolsonaro. Junto com a oposição construirá alternativa de bloco em defesa da democracia e uma candidatura que represente e debata um programa e uma agenda para derrotar Bolsonaro e tirar o País da crise", publicou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann em suas redes sociais.

Gleisi defendeu que o partido definisse ainda ontem a adesão ou não ao bloco de Maia, mas a bancada se dividiu. Por isso, o PT decidiu vetar o apoio a Lira e deixar para os próximos dias a definição sobre o apoio ao grupo de Maia.

Existem três possibilidades: o PT e demais partidos de oposição lançar um candidato de esquerda; o partido aderir ao bloco de Maia ou as siglas de oposição apresentarem um terceiro nome ao grupo do atual presidente da Câmara.

Maia, por sua vez, perdeu mais um aliado. Em mensagem de WhatsApp enviada à bancada do DEM, o deputado Elmar Nascimento (BA), ex-líder do partido, disse ter sido "traído inexplicavelmente" por quem considerava seu melhor amigo e "estranhamente relegado" na escolha do candidato à sucessão de Maia.

Aliado do presidente do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, o deputado era um dos pré-candidatos à eleição para o comando da Câmara, mas foi preterido. Após uma longa etapa de eliminações, Maia deu preferência a Baleia Rossi e Aguinaldo Ribeiro (Progressistas).

O desabafo de Elmar veio a público no mesmo dia em que o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos), anunciou publicamente o rompimento com Maia e a união com Lira. Pereira também queria concorrer à cadeira de Maia, mas disse ter sido vítima de um "veto velado" por parte do colega. (Agência Estado)

 

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