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Os motivos estratégicos de uma sossegada transição
Politica

Os motivos estratégicos de uma sossegada transição

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Tipo Notícia

É uma transição marcada pela mais absoluta tranquilidade e não deve haver maiores espantos que assim seja. Porém, a dose está parecendo demasiada nesse processo em que a gestão em Fortaleza passa das mãos de Roberto Cláudio para seu aliado, e correligionário do PDT, José Sarto.

Há sentidos contrários na explicação que se costuma encontrar para tais cenários: pode ser um sinal de que a paz é tamanha que a coisa pode seguir no seu fluxo normal sem qualquer atropelo, mas, àquele mais criativo, poderá parecer um sinal de que há dificuldades impedindo que se fecha o quadro final de ocupação dos cargos.

Consegue-se um nome aqui e outro ali, geralmente com dificuldade para que fontes acreditadas ajudem na elaboração de uma ideia mais firme sobre a consistência daquela informação, e assim os dias vão passando sem novidades aparentes.

É um contexto diferente porque um poder que está se instalando costuma ter alguma pressa, mínima que seja, para assumir os espaços e isso começa, necessariamente, pela indicação dos nomes. Pois no caso de Fortaleza, agora, nada disso acontece.

Espanta, de alguma forma, porque dentro de uma semana esse pessoal já estará nomeado, muito possívelmente, e tocando as coisas dentro de uma máquina bastantre complexa. É evidente que tudo permanece um mistério para nós, mortais que somos, mas os escolhidos sabem para onde irão e a essa altura já se debruçam sobre o que lhes espera nas missões para as quais estarão designados e, especialmente, as condições que encontrarão estabelecidas.

Até porque, imaginar o contrário seria projetar um quadro bastante difícil diante do pouco tempo que resta aos atuais gestores e ao conjunto importante de desafios que espera decisões dos seus sucessores já para os primeiros dias de trabalho. Em áreas como saúde e educação, para citar as de maior evidência em meio a um quadro persistente de pandemia, parece fundamental que o planejamento já tenha até começado na perspectiva de uma transição que precisará ser ainda mais efetiva e eficiente.

Há um jogo político inserido na equação e para que ela seja fechada acomodações de outro nível devem ser consideradas, certamente. De qualquer forma, o anúncio dos nomes e a qualidade que tiverem ajudará a entender melhor o que nesse momento entende-se como uma demora, mas que, no frigir dos ovos, pode, sim, ser resultado de um cuidado que se está tendo para fazer as escolhas certas para os lugares adequados. As incertezas imensas para onde o ano de 2021 aponta pedem que assim o seja.

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