O PT decidiu ontem apoiar a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à Presidência do Senado. A decisão da bancada petista, por unanimidade, chama a atenção porque Pacheco, líder da bancada do DEM, é o concorrente que tem o aval do presidente Jair Bolsonaro.
Na Câmara, o PT aderiu à campanha do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) ao comando da Casa justamente sob o argumento de que não poderia estar do mesmo lado do "candidato de Bolsonaro", que ali é Arthur Lira (Progressistas-AL).
O anúncio dá musculatura à candidatura de Pacheco, nome lançado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Com o respaldo da bancada do PT, com seis integrantes, o bloco de Pacheco reúne hoje 27 senadores. A aliança é formada até agora por DEM, PT, PSD, Republicanos e Pros.
Se o líder do DEM vencer a disputa, marcada para fevereiro, o PT poderá ganhar o comando de duas comissões - Meio Ambiente e Direitos Humanos -, além de uma secretaria na Mesa Diretora do Senado.
Na semana passada, o líder do MDB, Eduardo Braga (AM) - que também quer concorrer à Presidência do Senado -, pediu ao PT que adiasse uma decisão sobre o apoio até a definição de quem será o candidato de seu partido. Braga desejava uma aliança com os petistas, mas eles preferiram fechar com o nome defendido por Bolsonaro e Alcolumbre.
Nas fileiras do MDB, além de Braga, os senadores Fernando Bezerra Coelho (PE), Eduardo Gomes (TO) e Simone Tebet (MS) pleiteiam a indicação do partido. Bezerra Coelho e Gomes são líderes do governo - o primeiro, no Senado; o segundo, no Congresso.
Em nota assinada pelo líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), e pelo vice-líder, Jaques Wagner (BA), a bancada afirmou que a decisão teve o objetivo de "contribuir com a superação da gravíssima crise que o Brasil atravessa".
Mesmo assim, senadores do partido argumentaram que continuarão a defender a instalação de CPIs e o exame de "todos os crimes praticados por autoridades do Executivo, inclusive o presidente da República", independentemente do apoio a Pacheco. (Agência Estado)