O roteiro hollywoodiano da cerimônia de posse do presidente e da vice eleitos dos EUA, Joe Biden e Kamala Harris, na próxima quarta-feira, 20, em Washington contará com a participação de Lady Gaga, Jennifer Lopez, Tom Hanks e milhares de soldados armados da Guarda Nacional dos Estados Unidos. Apesar do evento ser motivo de festejo, a polarização enfrentada pelo país gera expectativa e tensão à medida em que o evento se aproxima.
Já é certo que a posse de Biden será a mais policiada da história do país. Devido à invasão do Congresso por grupos de extremistas alinhados ao atual presidente, no último dia 6, autoridades públicas formam uma força-tarefa para evitar que casos similares ocorram esta semana. O FBI chegou a alertar para a ameaça de uso de explosivos em Washington. No ataque ao Capitólio, explosivos foram encontrados nas sedes nacionais dos partidos Democrata e Republicano.
A capital do país foi fortificada com agentes, patrulhas e as ruas próximas ao edifício foram bloqueadas com barreiras de concreto. Além disso, empresas privadas como Airbnb (hospedagem) têm anunciado medidas para auxiliar na segurança da posse. O serviço divulgou que está verificando históricos de seus usuários que alugam imóveis na região para mapear e denunciar eventuais membros de grupos extremistas que estejam planejando novas ações.
Diante da maior crise de saúde pública em um século e com o desafio de recuperar indicadores econômicos e empregos, a nova gestão assumirá um país rachado onde parcela considerável da população acredita que a eleição foi roubada, mesmo sem provas para tal. Caberá a Biden a celeridade para aprovar medidas e jogo de cintura para negociar com parlamentares no que depender do Congresso. Com a maioria obtida pelas urnas na Câmara e no Senado o caminho será mais fácil.
No último sábado, um dos assessores do presidente eleito disse que ele assinará "cerca de uma dúzia" de decretos em seu primeiro dia de gestão. Temas como pandemia, crise econômica, mudança climática e questão racial estarão presentes nos atos, segundo o futuro chefe de gabinete de Biden, Ron Klain. "Em seus primeiros dez dias no cargo, Biden tomará ações decisivas para atender essas quatro crises, prevenir outros danos e restaurar a posição dos Estados Unidos no mundo", pontuou.
O país vive os piores dias da pandemia, com recordes de mais de quatro mil mortes diárias e se aproximando das 400.000 mortes no total. Semanalmente os EUA registram mais de um milhão de novos casos. Fatores que prejudicam a retomada da economia que registra cerca de 10 milhões de empregos a menos em comparação ao início da pandemia.