Durante audiência do Senado realizada nesta quinta-feira, 11, o senador Tasso Jereissati (PSDB) pressionou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O parlamentar cearense pediu que, a partir de agora, medidas efetivas fossem tomadas no sentido de garantir a vacinação em massa no Brasil e o combate à disseminação do coronavírus.
Segundo o tucano, assim como em outras regiões, o estado do Ceará enfrenta uma iminente falta de vacinas e de perspectivas para a chegada de outros imunizantes em “curtíssimo prazo”. Logo depois, o senador avaliou haver contradição entre as considerações de Pazuello com as manifestações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Existe uma contradição básica em vosso governo. A contradição com tudo aquilo que o presidente Bolsonaro disse, da gripezinha. Já foi dito aqui sobre cloroquina, vacina chinesa, ele [Bolsonaro] aglomerando gente, tudo aquilo que ele disse e agiu. Você [Pazuello] está falando da importância da vacina, nós não vimos isso”, disse Tasso.
O senador ressaltou a eficiência da CoronaVac, do Butantan, e afirmou que se não fosse o imunizante o Brasil “poderia estar perto de zero vacinas hoje”. “Agora nós estamos acreditando na ciência? Estamos acreditando na vacina? Agora vamos fazer uma grande mobilização para o afastamento social, fechamento de determinadas condições?”, provocou.
Em conclusão, o parlamentar pediu humildade do governo federal para reconhecer “os erros do passado” e cobrou medidas efetivas. “É preciso que haja uma coisa muito clara, muito objetiva, pelo menos daqui para frente”, disse.
Tasso também pediu independência ao Planalto. “Enquanto vossa excelência der essa impressão, nós estaremos vivendo essa insegurança e expectativa de que dias piores pela frente”, concluiu Tasso.
Após a manifestação dos demais senadores, Pazuello garantiu que toda a população brasileira será imunizada ainda neste ano. "Vamos vacinar o País em 2021. 50% até junho, 50% até dezembro da população 'vacinável' (menores de 18 anos, por exemplo, não estão sendo vacinados). Esse é nosso desafio. É o que estamos buscando, vamos fazer", disse o ministro.
O encontro com os senadores também ocorre no momento em que Pazuello é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão para evitar o colapso de saúde em Manaus (AM). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que o encontro pode ter sido decisivo para uma abertura de CPI sobre a atuação do governo federal na pandemia. (com Agência Estado)
Plano
A versão mais recente do plano nacional de imunização, de 29/1, não aponta um prazo para a vacinação da população. A 1ª edição, lançada em 16/12, afirmava que grupos prioritários seriam imunizados até metade do ano. O resto da população seria vacinada nos 12 meses seguintes, ou seja, até o meio de 2022.