Autorizado a se manifestar remotamente na sessão que votou relatório que pedia a sua permanência na prisão, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) se desculpou ao menos cinco vezes. “Eu me excedi. Peço desculpas a qualquer brasileiro que tenha se insultado com isso, mas já me arrependi”, disse o parlamentar, preso num batalhão da PM no Rio de Janeiro.
O pesselista teve direito a fala por mais de 15 minutos, nos quais aproveitou para ressaltar a importância do Supremo, afirmar que não representa risco à democracia e que “todo ser humano erra”. “Quem nunca fez isso na vida? Já tivemos conflitos, debates, ideias e ainda assim a democracia sempre venceu”, assinalou o parlamentar.
Em seguida, fez apelo por sua liberdade e lembrou colegas de mandato que hoje era ele o alvo da ação, mas que amanhã poderia ser qualquer um deles, recorrendo ao espírito de corpo da Casa. O argumento não colou. Relatora do caso, a deputada Magda Mofatto (PL-GO) foi incisiva na sua manifestação.
“Temos entre nós um deputado que vive de atacar a democracia e as instituições e transformou o exercício de seu mandato em uma plataforma de propagação do discurso do ódio, de ataques a minorias, de defesas de golpes de Estado e de incitação à violência contra autoridades públicas”.
Ao final, por maioria (364 votos ante 130), o relatório foi aprovado e a prisão de Silveira, mantida.