Ao menos dentro do Palácio da Abolição, a possível visita do presidente Jair Bolsonaro ao Ceará na próxima sexta-feira, 26, é tratada apenas como hipótese.
E, como tal, não merece comentário ainda. Ao O POVO, uma fonte palaciana afirmou que o Governo do Estado não havia sido oficialmente comunicado da agenda presidencial e, portanto, não caberia dizer se Camilo Santana (PT) participaria ou não do encontro.
Mesmo no condicional, o Governo evita tratar do tema, principalmente por causa de assunto mais grave que ocupa quase integralmente o tempo do governador: o aumento exponencial no número de casos de Covid-19 no estado.
Desse modo, Camilo tem mais um motivo para passar longe de uma agenda conjunta com Bolsonaro em Fortaleza. E não se trata de desculpa. Oficialmente, o petista estará apenas cumprindo rigorosamente o decreto que ele mesmo editou na quarta-feira da semana passada.
Como se sabe que Bolsonaro não é o gestor mais preocupado em respeitar as recomendações de isolamento social e evitar aglomerações, além do uso de máscara, o chefe do Abolição deve evitar esse desgaste político.
Caso se confirme a visita e Bolsonaro de fato embarque para o Ceará, esta será a segunda vez em que o presidente se encontra no estado sem que a sua maior autoridade, o governador, o acompanhe.
A ocasião anterior deu-se com a passagem de Bolsonaro para a inauguração de trecho das obras de transposição do rio São Francisco, em meados do ano passado. Com o país já mergulhado na pandemia, o presidente reuniu a sua claque, com a qual deixou-se fotografar. Depois foi embora sem falar com a imprensa. (Henrique Araújo)
Ceará
Visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Ceará em momento agudo da pandemia deve impedir governador Camilo Santana (PT) de participar da agenda, caso se confirme