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Possível candidatura de Lula em 2022 incomoda de Ciro Gomes a militares
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Possível candidatura de Lula em 2022 incomoda de Ciro Gomes a militares

| REPERCUSSÃO | Um dia após anulação de processos, sentença de Edson Fachin continuou sendo alvo de críticas
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Lula retomou seus direitos políticos após decisão do ministro do STF Edson Fachin (Foto: HENRY MILLEO / AFP)
Foto: HENRY MILLEO / AFP Lula retomou seus direitos políticos após decisão do ministro do STF Edson Fachin

Um dia após serem anuladas condenações contra o ex-presidente Lula (PT) na Lava Jato, decisão do ministro Edson Fachin no caso continuou a repercutir entre políticos e segmentos diversos da sociedade. Ontem, foi a vez de militares do Exército e até do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) criticarem a reabilitação eleitoral do petista pelo ministro e possível candidatura em 2022.

"O Brasil precisa, diante do programa grave que temos, construir um caminho de futuro e, francamente, não vejo o caminho de futuro ser construído com a volta ao passado lulopetista envelhecido, desgastado e inconfiável, e, pior, que tem a característica de fazer o outro lado se reunir também com base no ódio", disse Ciro, em entrevista à rádio CBN.

Ciro destaca, no entanto, que concorda "juridicamente" com a decisão de Facin. "Acabei de comemorar a devolução dos direitos políticos do Lula, porque ele tinha direito a isso. A vida inteira lutei, mas, se sob o ponto de vista jurídico ele tem esses direitos, politicamente ele faz parte grave do problema brasileiro", diz Ciro, que defende "alternativas de esquerda" a Lula e a Bolsonaro em 2022.

Na última segunda-feira, o ministro Edson Fachin decidiu que a 13ª Vara Federal em Curitiba não era o "juízo natural" para o julgamento de casos contra o ex-presidente Lula na Lava Jato. Com isso, todos os processos e condenações contra o petista no Paraná - incluindo casos do triplex do Guarujá e do sítio em Atibaia - foram anuladas. Com isso, o petista recuperou os direitos políticos e entrou de vez nas articulações para a eleição de 2022.

Quem também comentou a decisão em tom crítico foi o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) e uma série de generais de reserva do País. Pregando cautela e calma na análise do caso, Mourão disse que "tem muita espuma nesse chope ainda".

"Olha, tem muita espuma nesse chope ainda, tem que ser decantado isso. Tem muita gente fazendo análise prospectiva por mera extrapolação de tendência, porque não se faz análise prospectiva assim. Então tem que esperar todas as consequências, todas as decorrências, então, tem muita coisa ainda para rolar", afirma.

"Então, independente da gincana jurídica que seja feita… Anula processo, anula prova… A realidade é o seguinte, contra fatos não há argumentos. Então é isso que a gente vai aguardar que aconteça no futuro", disse.

Já a fala de generais da reserva teve tom mais ríspido. No Twitter, o ex-ministro de Governo de Bolsonaro, general Carlos Alberto Santos Cruz, disse que a decisão "polariza a política nacional". "Brasil está cansado de corrupção, demagogia, populismo, estelionato eleitoral. Precisamos de equilíbrio, paz, auxiliar os necessitados e vencer a pandemia. Rejeição a extremistas, fanatismo e desinformação".

 

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