O senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi irônico ao tratar do que seria um sentimento de congressistas ligados a Jair Bolsonaro (sem partido) de que, até agora, nada de grave foi levantado contra ele na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.
"Não cabe a mim quebrar esse estado de espírito, de felicidade da tropa governista, não. Meu papel não é esse", disse o emedebista nesta quarta-feira, 5, em coletiva de imprensa logo após a sessão que colheu depoimento de Nelson Teich, oncologista e ex-ministro da Saúde.
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Antipático ao Governo Federal, Calheiros é relator da CPI, ou seja, o responsável pelo texto que irá à votação entre os 11 membros do colegiado no encerramento dos trabalhos, com atribuição de responsabilidades.
O presidente da Comissão, senador Omar Aziz (PSD-MA) anunciou ontem novas convocações da CPI. Na próxima terça-feira, 11, serão ouvidos o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fabio Wajngarten, a presidente da Pfizer, Marta Díez, e seu antecessor, Carlos Murillo.
Em entrevista à Veja, Wajngarten disse que houve "incompetência" e "ineficiência" do Ministério da Saúde na negociação com a Pfizer para a aquisição de imunizantes.
Na quarta, a comissão vai ouvir o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade. No dia seguinte, será a vez do ex-chanceler Ernesto Araújo e do dono da União Química, Fernando de Castro Marques.