Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) apresentou ontem requerimento para tomar depoimento da secretária da Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.

Ela é um dos alvos de investigação do Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas após crise de falta de oxigênio no estado. Além de Mayra, também é alvo do MPF o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, cujo depoimento está previsto para o dia 19 de maio.

Com a mudança de oitiva ontem, os próximos depoentes na CPI serão Antônio Barra Torres, chefe da Anvisa, na terça-feira, 11, seguido de Fábio Wajngarten, ex-secretário Especial de Comunicação, na quarta, 12, e do ex-chanceler Ernesto Araújo na quinta, 13.

Cientista político da FGV, Cláudio Couto avalia que, com a série de depoimentos e a postura dos senadores governistas na CPI, o "governo está levando um baile da oposição".

"Além de minoritário, o governo tem senadores sem perfil de CPI ou inexperientes. Ciro Nogueira (PP-PI) não tem o perfil (pouco agressivo), Marcos do Val (Podemos-ES) é novato. E, do outro lado, raposas como Renan Calheiros, Omar Aziz, Humberto Costa, Eduardo Braga e Otto Alencar", aponta.

Médico, advogado sanitarista e pesquisador da USP, Daniel Dourado avalia que, mesmo após somente três sessões, é possível perceber uma "estratégia da CPI que está se desenhando no sentido de mostrar um caminho para as frentes de ação do governo na pandemia": imunidade de rebanho e tratamento precoce, ambas ineficazes no enfrentamento da Covid. (Henrique Araújo)