Se entrar mesmo na disputa à Presidência da República, o senador Tasso Jereissati (PSDB) tende a prejudicar o desempenho eleitoral de Ciro Gomes (PDT) no Ceará. É o que sugere pesquisa do Atlas Político feita exclusivamente com cearenses a pedido do Valor Econômico.
Tasso e Ciro já foram aliados históricos, que tiveram período de ruptura a partir de 2010, mas esboçam retomada de amizade desde o fim de 2019, pelo menos. O pedetista governou o Ceará após recebê-lo do padrinho político do PSDB, de 1991 a 1994.
O tucano se situa na centro-direita e o pedetista, à centro-esquerda. O ponto em comum entre eles reside na busca pela preferência dos eleitores que desejam consagrar em 2022 uma terceira via, ou seja, eleger uma candidatura alternativa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao atual mandatário Jair Bolsonaro (sem partido).
O Atlas Político avaliou dois cenários, com e sem Tasso na corrida presidencial. Sem o senador cearense entre os presidenciáveis, Ciro aparece empatado tecnicamente com Bolsonaro na segunda posição, com 23,3% e 22,1%, respectivamente. Ambos atrás do ex-presidente Lula (PT) que tem 50,8% das intenções de voto do eleitorado cearense.
Já quando a pesquisa introduziu o nome do senador tucano nas opções, o desempenho de Ciro foi menor com 18,4% das intenções de voto. Tasso figurou em 4° lugar com 9,1%. Bolsonaro manteve a segunda posição com 22% e Lula seguiu em primeiro, desta vez com 48,9%.
A alteração dentro da margem de erro com a troca de cenários é um demonstrativo de voto consolidado de Lula e Bolsonaro. Ciro é nome único do PDT para a disputa pelo Planalto em 2022, e Tasso é uma das possibilidade de um PSDB que ainda tem os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) na disputa interna. (colaborou Vitor Magalhães)
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