Vice-presidente da CPI da Covid, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) criticou ontem a aprovação de requerimentos de convocação de nove governadores. "A convocação dos governadores ofende o artigo 50 da Constituição e o artigo 146 do regimento interno. Se eles puderem vir, o presidente da República virá também", afirmou o parlamentar.

As declarações de Randolfe foram em coletiva depois da sessão, que aprovou oitivas de gestores estaduais e de assessores do Planalto. Insatisfeito com o resultado da sessão, que não votou outras medidas, o senador disse que, "entre o ruim e o ideal, existe o bom".

"Seria interessante aprovarmos hoje algumas quebras de sigilo, por exemplo", defendeu. "Houve uma opção do presidente, a qual eu respeito. Vamos ver adiante como podemos avançar."

Em seguida, reiterou os motivos pelos quais chefes de Executivo estaduais não deveriam ser ouvidos pela comissão. "A CPI não pode investigar estados-membros da federação brasileira, Poder Judiciário e Câmara dos Deputados", citou trecho da Constituição.

Ainda segundo Randolfe, a convocação fere "o princípio de autonomia para os estados". E acrescentou: "Os governadores têm inquérito em investigação do MPF. O presidente, quem está investigando? O PGR instalou um procedimento sobre os notórios acontecimentos de agravamento da pandemia no país?".

Para ele, "se for possível convocar os governadores, se houver permissão legal, convoquemos o presidente".

Sobre o requerimento que solicita a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na cadeira de depoente da CPI, Randolfe disse que Omar Aziz (PSD-AM), que comanda a CPI, "não arquivou meu requerimento" e que, "em algum momento, vai ter que ser apreciado".