Cerca de cem pessoas, entre estudantes, integrantes de entidades sindicais e membros de partidos políticos realizaram manifestação na manhã deste sábado, 29, contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em Juazeiro do Norte, a 489.2 km de Fortaleza. O protesto também reivindicou vacinas para a imunização da população.
O ato teve início na praça da Prefeitura da cidade, por volta das 8 horas. Segundo Ivaneide Severo Goiana, membro do Movimento de Mulheres do Cariri e uma das organizadoras do protesto, os manifestantes ficaram surpresos com o forte aparato policial presente no local.
“Quando chegamos, os policiais nos orientaram quanto à necessidade do cumprimento das normas sanitárias para conter o avanço da Covid-19, mas, ao mesmo tempo, intimidaram o motorista do carro de som que foi embora. Tivemos que conseguir outro carro de som para iniciar a manifestação”, explica.
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De acordo com Ivaneide, os policiais intimidaram os manifestantes com constantes ameaças de dispersão do grupo e prisão dos líderes. “Nós estávamos cumprindo todas as medidas sanitárias. Disponibilizamos para os manifestantes máscaras e álcool em gel, mas os policiais alegaram que estávamos fazendo aglomeração e que, por isso, o protesto deveria ser encerrado,” conta Ivaneide.
Mesmo com a tensão entre policiais e militantes, o grupo percorreu a avenida São Pedro em direção à praça Padre Cícero. “Quando estávamos a um quarteirão da praça, fomos cercados pelos policiais, que intensificaram as ameaças de prisão e da utilização de gás lacrimogênio. Nesse instante, para garantir a integridade de nosso grupo, a comissão organizadora decidiu encerrar a manifestação,” afirma Ivaneide.
Mesmo com o encerramento prematuro do protesto, ela considera que a manifestação foi positiva. “Atingimos nosso objetivo, que era denunciar o governo Bolsonaro, e tivemos forte apoio da população local, que entendeu que estávamos ali não por opção, mas sim por necessidade,” finaliza.
O POVO entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), mas até o fechamento da matéria, não houve resposta.