Cientista político e pesquisador associado ao Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), Cleyton Monte avalia que o anúncio da pré-candidatura de Capitão Wagner (Pros) ao Governo do Ceará tem mais o sentido de mobilizar a oposição, considerando o que é necessário conseguir apoios de partidos atualmente na base de Camilo Santana (PT) que, por sua vez, têm cargos na administração estadual.
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"Isso serve para organizar encontro, relações com prefeitos, organizar bancadas. Tem uma sinalização nesse sentido. Vejo como mais balão de ensaio, acontece muito na política, geralmente colocam como pré-candidatos para ver se tem alguma empolgação, pra ver se compram a ideia, ver como está o apoio no setor produtivo", exemplifica Monte.
O professor universitário cita que, em 2020, a candidatura de Wagner foi celebrada, tendo conquistado "um apoio muito interessante" entre empresários descontentes com medidas de contenção do vírus decretadas em Fortaleza e no Ceará.
Ainda de acordo com Monte, é provável que Wagner transfira o vínculo com o Governo Federal para o campo das negociações, de modo a prometer soluções aos prefeitos com demandas travadas a partir do Palácio do Planalto.
Com Camilo Santana bem avaliado, o pesquisador analisa que o mote da oposição na disputa tende a ser o de que há uma candidatura se propondo a derrotar uma oligarquia - poder político concentrado em uma mesma família, grupo ou partido por anos.