Para o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), a médica Nise Yamaguchi, convidada da CPI da Covid nessa terça-feira, 1º, "respondeu as questões demonstrando cientificamente a eficácia do tratamento preventivo e precoce".
Instada a apresentar documentos e estudos que comprovassem a eficácia da substância, comprovadamente ineficaz contra a Covid, a médica não encontrou evidências entre os muitos papéis que levou à comissão.
Além disso, foi informada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) de que um dos estudos mencionados por ela havia sido encerrado e suas conclusões, desconsideradas.
De acordo com Girão, porém, "a intenção de muitos colegas senadores não era ouvir os argumentos consistentes dela e sim de agredir e intimidar, chegando ao cúmulo de tentar humilhar uma mulher que dedica sua vida a salvar outras vidas".
O senador se referiu ao colega Otto Alencar (PSD-BA), que inquiriu Yamaguchi sobre questões relacionadas à medicina e biologia básica, as quais ela não teria respondido, conforme o senador e médico baiano.
"Mas a doutora manteve o equilíbrio e serenidade", elogia Girão, "respondendo a todas as perguntas sem alterar um milímetro de sua voz".
O parlamentar cearense criticou ainda a suspensão da agenda de depoimentos previamente marcada para hoje - a CPI ouviria especialistas e cientistas.
"Nunca vi o desconvite das pessoas que viriam falar amanhã (hoje). Por que essa mudança, não querem ouvir a verdade?", questionou.
Hoje, quem depõe é a médica infectologista Luana Araújo. No início de maio, seu nome chegou a ser anunciado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para o cargo de secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, mas a nomeação foi cancelada dez dias depois.
Queiroga voltará à comissão na terça-feira da semana que vem, dia 8. O ministro da Saúde já depôs aos senadores, mas suas respostas foram consideradas insuficientes. (Henrique Araújo)